domingo, 6 de março de 2011

Capítulo 8: O Pedido e a Importância




Capítulo 8: O Pedido e a Importância.

Uma cortina se abre e um Sol ensolarado adentra o escritório de um imponente e inteligente detetive. Seus olhos admiram a força da estrela como se a ela um pedido fizesse. Seu corpo banhado pela luz também sente a força do vento que o carrega para pensamentos que o preenchem de pura liberdade. Sua mente cai no vazio do que podemos considerar a plena paz, ela se esvai para lugares profundos e insondavéis por milésimos de segundo até ouvir um forte grito que ecoa na rua abaixo. Uma mulher sendo agarrada por dois homens, um está com uma faca e outro segura os braços da donzela. O detetive respira fundo e sai de sua meditação, saca a pistola em sua cintura da onde raramente ela sai, senão para ser mortal. Os homens felizes com sua caçada pressionam a mulher contra parede de uma movimentada rua sem nada para se importar, mas o detetive ia mostra-los que em sua terra, mesmo que cheia de injustiça, ainda havia um homem disposto a fazer o que é certo. Observou dois policiais comendo suas matinais rosquinhas que os deixavam tão obesos que poderiam cair ao correr. Os bandidos olharam para os policiais por um momento, mas riram ao verem que eles nada fariam, a mulher implorou por ajuda, mas seus gritos sumiam parecendo que eram sugados pelo calor impiedoso do Sol.
Hudson Carlton ergueu sua pistola, dois projetéis atravessaram a rua em alta velocidade carregados pela luz do Sol e invisivéis aos olhos humanos, caminhando para justiça mais do que certa e tardia de acontecer. Os bandidos planejavam fazer algo mais do que roubar ao ver as pernas da mulher, ela pressentiu a intenção e gritou fortemente, mas calou-se ao ver uma poça de sangue diante de seu olhar. O bandido com a faca encontrou o muro com o impacto e sua cabeça pareceu deslocar sem fazer qualquer ruído, o outro deitado em uma poça de sangue ainda conservou seu sorriso de maldade. A mulher voltou a gritar abismada pelo sangue e pelo medo, temendo ser a próxima vítima de uma violência que vem crescendo sem ninguém para dete-la. O detetive apenas fechou a cortina e sentou em sua acolchoada cadeira, depois pegou um maço de cartas de baralho e as ficou folheando. Uma mulher surgiu das sombras com uma imperiosa voz:
-Bom trabalho!
-Ora! Quem é você? Como entrou aqui?
-Fique calmo detetive. Não vim aqui mata-lo. Imagino que ultimamente sua vida está muito atribulada graças ao caso do doutor Marrou. -comentou a mulher revelando uma face coberta por uma máscara rubra e cabelos azulados misturados a cor lilás.
-Então é você! A Bruxa que protege o bairro das mulheres. Não sei se posso dizer que é um prazer vê-la. -comentou Hudson com um sorriso sarcástico.
-Você é bem confiante para alguém que só sabe manejar pistolas.
-Só preciso delas.
-Muito bem! Vim aqui dar um recado de um amigo que está muito ferido nesse momento e não pôde ele mesmo vir falar contigo.
-Pois fale. Estou ouvindo.
-O Jurado informa que a pessoa que eliminou a esposa do doutor Marrou foi o mercenário conhecido como Lançador de Adagas. Ele e o Ceifador foram contatados por alguém para fazer isso.
-Não só eles, pois fui atacado pelo Bola de Ferro recentemente. Com isso já são três mercenários perigosos. -comentou Hudson.
-Hum! Sua vida está correndo um grande risco então. Mas não se preocupe com o Ceifador, pois ele está bem ferido graças ao Jurado e a mim. Apenas procure o Lançador de Adagas, pois ele sabe quem é o mandante.
-Sei fazer meu trabalho mulher!
-Calma! Não quis ofendê-lo!... Mas se falasse comigo assim em meu território iria receber uma lição. -disse a Bruxa ameaçadoramente.
-Uau! E depois me pede calma. Mas o Jurado vai ficar bem?
-Não se preocupe com ele. Ele é forte... -disse Bruxa sentindo sua voz falhar.
-Hum! Já entendi. -disse Hudson com um sorriso malicioso.
-Quieto! Você não precisa entender nada! -disse Bruxa, mas Hudson não retirou o sorriso malicioso.
-Já disse o que precisava, então posso pedir que se retire? -perguntou Hudson mirando a maçaneta da porta.
-Porquê? Isso foi muito repentino!
-Porque tenho uma cliente...
-Já entendi! -disse Bruxa correndo para janela e a saltando como se a altura não a preocupasse. Hudson voltou a brincar com as cartas enquanto a porta se abria revelando os cabelos loiros longos de uma mulher e seus olhos esverdeados.
-Pode entrar. -disse Hudson com uma das mãos abertas convidativo.
-Vim procurar seus serviços senhor Carlton...
-Opa! Pode esquecer o senhor, pois não sou tão velho. -disse Hudson.
-Certo.
-Sente-se. Relaxe e conte sua história. -disse Hudson sorrindo.
-Obrigado. -disse a mulher sentando timidamente. -Vim procura-lo, pois quero que encontre uma pessoa para mim. Uma pessoa que deu um novo sentido para minha vida e realmente... preciso encontra-la.
-Calma! Me fale como é essa pessoa e onde a viu pela última vez?
-Espero que não ria de mim, mas a pessoa a quem procuro é muito especial. Não só pra mim, mas para muita gente. -disse a mulher baixando a vista e ficando envergonhada. Hudson começou a entender que tipo de pessoa a mulher procurava, mas não queria perder a surpresa.
-É um famoso herói dessa cidade... Seu nome é Mão de Fogo! -disse a mulher hesitando diante das reticências.
-Nossa! Me pegou de surpresa. Eu imaginava que podia ser um herói, mas não esse. Muito famoso por sua violência. Lembro que recentemente ele incinerou duas pessoas...
-Mas!... Foi para me salvar... -disse a jovem diminuindo sua voz aos poucos.
-Não me entenda mal. Eu não o recrimino por retirar alguns sujos das ruas, mas acho seus métodos um tanto cruéis.
-Só que eu o amo! Não consegue entender isso! -disse a jovem explodindo dessa vez em um grito. Hudson quase caiu de sua cadeira com o movimento inesperado.
-Mas sabe que mesmo que eu o encontre. Acho dificil que ele queira encontra-la ou até falar contigo. Os heróis costumam ser ocupados demais para suas fãs. -disse Hudson com grande sarcasmo no tom de voz. A mulher sentiu o deboche e ficou emburrada olhando diretamente os olhos do detetive de uma forma fria e violenta. Hudson pensou “Nunca deveria debochar de uma mulher apaixonada!”.
-Se não quiser me ajudar a encontra-lo. Encontrarei alguém que faça... -disse a mulher erguendo-se.
-Calma garota! Me diga seu nome primeiro e o motivo de querer tanto encontra-lo, sabendo que ele é um herói e a salvou apenas pela necessidade.
A jovem de cabelos loiros voltou a sentar e uniu suas mãos sobre a coxa.
-Eu me chamo Glória Glen. E para que você consiga compreender porque quero, melhor dizendo, porque preciso encontra-lo. Vou ter de te contar a história de minha vida até este momento. Não demorarei...
-Ei! Demore o tempo que quiser. A história da vida de alguém é algo que requer toda atenção de uma pessoa. -comentou Hudson.
-Muito bem detetive. Espero não fazê-lo chorar, deixa-lo triste, com pena ou algo que possa impedir sua futura missão para comigo.
-Procurarei fazer o que me pede.
A jovem mostrou um pequeno sorriso, respirou fundo e baixou a cabeça.


FIM

3 comentários:

  1. Olá!Tdbem?
    Muito obrigado pela visitinha e o comentário!

    Volte sempre^^

    bjos!

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  2. Olá ID!
    Vim "pessoalmente" agradecer sua visita, e também dizer um super obrigada pelos comentários tão atenciosos com ótimas observações e tanta sensibilidade.
    Gostei da proposta do seu blog. Algo bem diferente e que sai do que costumamos ler. E como é um "blolivro" tenho que começar a ler aos capítulos anteriores pra entender o que passa.

    Estou seguindo!

    Bjo

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  3. Olá I.D., vim retribuir a visita e o carinho, bom claro q eu já li tds os capítulos, não perdi nenhum até agora e acredite, está cada vez melhor sua história.
    Peço desculpas pela demora, mas ando meio enrolada aki.
    Bjos se cuida e tenha um lindo fim de semana.

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