sexta-feira, 11 de março de 2011

Capitulo 9: O Padrasto e a Perda da Alma




Capitulo 9: O Padrasto e a Perda da Alma

O detetive Hudson Carlton em seu escritório na cidade de San Cristo observa sua nova e misteriosa cliente que procurou seus serviços com um pedido bastante incomum. Seu desejo, é encontrar um dos famosos heróis que protegem a cidade, seu nome, é Mão de Fogo. Um homem perigoso, conhecido por usar de grande violência contra os degenerados e bandidos da cidade, sendo que para isso utiliza sua habilidade especial de criar chamas de sua mão direita. A jovem de cabelos loiros sentada à frente toma fôlego para explicar o seu grande interesse pelo herói, mas já sabia que ele a tinha salvo a alguns dias de dois bandidos que procuravam violenta-la. A mulher que se identificou como Gloria Glen com a cabeça baixa começou seu monólogo:
[ Detetive, minha história começa por volta dos meus 13 anos de idade quando meu pai, que era um grande piloto morreu em um acidente aéreo. Com isso, minha mãe entrou rapidamente em depressão e passou a beber todas as noites pensando em tê-lo de volta. Eu tentei me resignar para protegê-la, mas não era tão forte e acabei caindo no choro e me escondendo no quarto, dos amigos e finalmente, da vida. Mas quando as esperanças já pareciam perdidas, minha mãe conheceu um homem num bar e se apaixonou. Ele depois confessou ter se interessado por ela graças ao grande cuidado que tinha para com ela, o que ele dizia ser um “verdadeiro amor de filha para mãe”. Ele conseguiu uma transformação que eu nunca conseguiria. Fez ela largar a bebida e voltar a trabalhar como se o acidente com meu pai nunca tivesse acontecido. Eu comecei a acreditar que as coisas voltariam a seus lugares e que eu poderia ser feliz. Só que eu...]
-Calma! Se quiser pode parar um pouco. -comentou Hudson.
-Não! Preciso ir até o final e ser corajosa como ele...
-Como o Mão de Fogo? -inquiriu Hudson.
-É. -disse Gloria timidamente.
-Não há como ser como esses heróis! Eles são criaturas especiais que possuem habilidades também especiais para protegê-los dos perigos que enfrentam. Nós, somos meros mortais que por muitas vezes também podemos fazer alguma diferença. No entanto, nunca igual a eles. -aconselhou Hudson.
-Você é um homem realmente inteligente detetive. Um filósofo talvez.
-Mais ou menos isso. -disse Hudson sorrindo.
-Muito bem! Voltando... [Eu sequer podia imaginar o que estava por vir. Esse homem casou com minha mãe e tudo correu bem por um tempo. Mas depois de alguns meses, ele passou a me visitar em meu quarto e... Eu... Me desculpe! Ainda é difícil falar sobre isso... Ele entrava em meu quarto quando minha mãe não estava e fazia o que queria. Me ameaçava dizendo que se ele rompesse com ela. Ela entraria novamente em depressão e isso a levaria ao suicídio. Eu não.. Não pude aguentar a idéia dela morrer e por isso fiz tudo que ele pedia.
Eu larguei tudo que me era importante, deixei de ser estudiosa, abandonei amigos, e isso... Tudo isso... para que minha mãe fosse feliz. Só que um dia eu simplesmente cansei de ser um objeto e revelei tudo a minha mãe. Sabe o que ela fez?... Me expulsou de casa como se fosse lixo. Eu corri para casa de meus tios e fiquei morando um tempo lá, até que minha mãe e meu padrasto apareceram. Ele a convenceu de que eu só precisava de mais atenção dos dois. Eu chorei tanto nesse dia... Não gosto nem de lembrar. Só que me recusei a voltar de qualquer jeito, com isso estava começando a odiar minha própria mãe. Meus tios me aconselharam a abandonar o ódio, perdoa-la e deixar as brigas de lado. Foi aí que eu cometi um erro...]
Glória começou a chorar convulsivamente. Hudson imediatamente lhe deu um lenço.
-Obrigado! -disse Gloria.
[… Eu contei a meus tios que vinha sendo violentada a mais de um ano. Eles ficaram furiosos e ligaram para polícia. Eu pedi que não fizessem isso, pois temia por minha mãe ainda. Os policiais chegaram e a investigação começou, mas não encontraram nada contra meu padrasto, pois seus antecendentes eram impecáveis e eu apenas uma menina que ia mal na escola e sem amigos. Minha mãe ficou do lado dele e disse “Ela só está com ciúme da gente”, e completou “Com o pai dela era a mesma coisa!”... Eu fiquei sem chão com essa declaração. Meu padrasto continuou a me perseguir, dizia-se apaixonado por minha beleza. Então... Ele fez outra crueldade. Provocou um acidente que matou minha tia e depois me contou. Ameaçou que minha mãe e meu tio seriam os próximos se eu não me submetesse... Eu era uma criança ainda, tinha só 14 para 15 anos... Eu chorei por dias com isso me sentindo culpada pela morte de minha tia e sua imagem não me saía da cabeça. Com isso, resolvi me entregar de vez para ele quando quisesse e aonde quisesse.]
Hudson arregalou os olhos pensando na crueldade dos fatos e em como esse homem merecia uma justiça derradeira.
[Minha vida já era ruim, mas se tornou um tormento só. Passou quase um ano para eu me libertar de vez, pois comecei os preparativos para entrar numa faculdade. Meu padrasto arranjou outras meninas mais novas para se divertir nesse meio tempo também, depois que viu que parei de resistir. Minha mãe um dia... encontrou ele e duas garotas na cama... A reação dela... Ela se matou gritando “Você só precisava de mim, eu te amo”... Meu tio correu com os advogados e conseguiu colocar meu padrasto finalmente na cadeia. Eu nunca tinha me sentido tão aliviada. Logo depois, entrei na faculdade. Meu tio ficou super feliz! Ele tinha planos para mim que nem eu conseguia imaginar, talvez quisesse reparar um possível erro de não ter feito nada antes contra meu padrasto. Só que minha alegria só durou dois anos, pois meu padrasto fugiu da cadeia e passou a me fazer ligações ameaçadoras... Com isso, um jovem da faculdade se aproximou de mim, eu em minha carência de afeto me entreguei de corpo e alma para ele. Não importava se era pena que ele sentia, só queria ter alguém que me amasse. Meu padrasto mandou um pistoleiro matar meu tio, só que Deus interferiu dessa vez e meu tio ficou apenas paraplégico. Meu padrasto sumiu depois disso.]
Hudson tentou manter a calma, mas seus punhos não conseguiram deixar de se juntar ao saber que um bandido fugiu da justiça e estava impune. Gloria respirou fundo e continuou:
[Eu me sentia bem apesar do que acontecera com meu tio. Meu namorado parecia ser uma pessoa boa, mas logo descobri que era apenas motivo de aposta. Uma aposta idiota sobre me levar para cama. Depois que ele conseguiu isso, pois ainda tinha medo depois de tudo que meu padrasto me fez, me deixou na cama e nunca mais falou comigo. Ele apenas me olhava com cara de nojo e a aposta correu como uma bomba na faculdade, logo todos passaram a me olhar com nojo e desconfiança, mesmo tendo minha história cruel aberta ao público. Uns poucos sentiam pena, mas sempre era carregada com inteira repugnância... Depois disso eu não consegui me relacionar mais com nenhum homem...]
-E para completar sua história, aqueles bandidos a atacaram daquele jeito.
-Não só isso. Além disso, eu via rostos nas janelas dos prédios ao lado, mas ninguém fazia nada, apenas me deixavam sofrer...
-Realmente senhorita Glen, eu lamento por sua vida ter tomado esse rumo tão triste. Nem tenho palavras para consola-la...
-Não é consolo que preciso detetive! Preciso encontrar o Mão de Fogo!
-Claro! Já me disse isso. Mas mesmo com sua história não pude clarear o porquê?
-Quando aqueles bandidos estavam prestes a me possuir. Talvez possuir o pouco que restava de minha alma. Ele apareceu e me salvou. Tão quente e humano de uma forma que sempre sonhei e preciso encontra-lo nem que seja para vê-lo ou agradecer por salvar minha vida, não, minha alma!
-Nossa! Bem profundo seu pedido. -comentou Hudson.
-Mostra que é sincero. -disse Gloria.
-Seus olhos tímidos e chorosos denunciam que é. -disse Hudson erguendo-se. -Só posso lhe assegurar que irei fazer o possível para localiza-lo. Mas lhe adianto que as chances de poder falar com ele são pequenas...
-Não importa detetive! Só quero uma chance! Preciso dessa chance! -disse Gloria levantando. O detetive apertou sua mão e a jovem loira saiu pela porta com passos leves. Hudson desabou na cadeira pensando “Que história triste! É uma pena não poder fazer mais por ela. Logo agora, que também tenho de procurar um vilão, terei de também procurar um herói. Assim eu enlouqueço! Mas a justiça e meu trabalho precisam ser feitos!

2 comentários:

  1. Muiiito booom o seu texto. Como já disse, suas histórias prendem o leitor do inicio ao fim!!!
    São muiito booas!!!
    bjos!!!

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  2. Olá I.D., vim retribuir a visita e o carinho, nossa sei q já disse antes, mas esta história está cada vez melhor, pobre hudson,vai ter um bom trabalho, espero q ele encontre o mão de fogo tanto quanto o tal vilão, o coisa boa, entrar aki e viajar nas histórias. :-)
    Bjos se cuida e tenha um lindo fim de semana.

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