quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Capitulo 4: A Prostituta



Capitulo 4: A Prostituta

Gregory Peck dirige em alta velocidade em direção ao perigoso Quarto Distrito, sob a noite sem nuvens da cidade de San Cristo. Ao adentrar percebe a imundice humana representada na figura dos inescrupulosos bandidos, listando-se traficantes, assassinos, mercenários, cafetões e homens ricos interessados em diversões. O jovem fotógrafo apaixonado pelas bebidas e pela diversão já se beneficiou muitas vezes dos recursos do distrito, principalmente, as belas prostitutas do local. Já conheceu neste lugar todos os tipos de mulheres e já viu coisas além da imaginação de uma família comum. Também aprendeu até onde alguém pode explorar outro ser humano. Procurava acelerar sempre que passava por algo que julgava perigoso, além de evitar olhar para não se enojar. Mas ao ver um homem socando o rosto de uma jovem não pôde deixar de se comover. Parou o carro e saiu rapidamente aniquilando o homem com seu olhar. O homem respondeu com um olhar agressivo e apertou seus punhos.
-Como é que é idiota? Nunca viu uma vagabunda apanhando não?
-Só vejo um cara batendo numa mulher.
-Mulher?! Isso aqui?! -disse o homem apertando um dedo para jovem que tentava observar seus ferimentos passando suas mãos sobre o rosto.
-Que tipo de homem poderia fazer isso a uma mulher? Ela está sangrando! Meu Deus! -disse Gregory.
-Já disse que ela não é nenhuma mulher. É apenas uma das minhas escravas! E ela vai ter que fazer o que o dono dela mandar! -gritou o homem soltando saliva em seu ódio.
-Você disse que ela é sua escrava não é?
-Sim! Foi o que eu falei. Tem problema com isso? -perguntou o homem dando um passo.
-Eu?! Não!... Só pensei que poderia compra-la de você? O que acha? Assim ela não te dá mais nenhum problema. -disse Gregory analisando que apenas o comércio poderia salvar a jovem de uma surra certa do seu cafetão. Pensou na possibilidade de enfrenta-lo em uma luta, porém, o homem possui fortes braços e uma pistola a tiracolo. Gregory com o canto dos olhos percebeu duas sombras em uma esquina, constatando que tinha mais gente a serviço do vilão.
-Hum! E quanto pagaria pela vadia? Ela custa caro. Olha só pra ela. Tem uns 13 anos, pele branquinha e macia, cabelos loiros como o Sol e faz o serviço como ninguém. -disse o cafetão sorrindo e mostrando dentes amarelados. Gregory pensou “Maldito monstro! Ela é só criança então! Eu já estava o odiando, mas agora...”.
-Quanto quer por ela? -perguntou Gregory escondendo seus sentimentos de esmagar a cabeça do homem e mantendo o sangue frio.
-Ela realmente dá muito trabalho, por isso vou te fazer um abatimento. Custa caro arranjar meninas assim, lindas, pobres e que queiram ganhar seu dinheiro honestamente sem roubar do seu dono! -disse o homem agarrando o queixo da jovem com força para depois soltar em um gesto de violência.
-O que ela fez pra bater nela assim? -perguntou Gregory com medo da resposta.
-Essa vadia teve a coragem de me roubar! A mim! Seu maior benfeitor! -disse o homem fingindo-se ofendido.
-Eu não... -começou a jovem choramingando.
-Quieta! Calada já está errada! -gritou o cafetão.
-Ainda não me disse quanto quer por ela. -disse Gregory apreensivo.
-Hum! Acho que uns dois mil e quinhentos serve. -disse o cafetão com um sorriso animado.
-Certamente pode abater mais por ela ser tão bagunceira? -perguntou Gregory que não tinha todo esse dinheiro em mãos.
-Não! Já está com o abatimento! É dois mil e quinhentos e nada menos! -disse o cafetão.
Gregory procurou opções, mas imaginou que a batalha estava perdida. O cafetão começou a rir e disse:
-Não tem o dinheiro não é mané?! Estou vendo que a garota vai ter que continuar prestando seus serviços.
-Você é nojento.
-Eu sei. Mas não devia dar esperanças a vadia desse jeito, vai que ela te faz de principe encantado! -disse o cafetão rindo e chamando seus dois capangas que já estavam rindo da história toda. Gregory deu meia-volta ressentido e começou a caminhar para o carro. O cafetão pensou que poderia se livrar do fotográfo facilmente, mas considerou que ele voltaria com o dinheiro. “De qualquer forma, se perder essa vadia, tem mais umas mil que posso utilizar”. Gregory aproximou-se do carro quando ouviu ao longe um forte som carregado pelo vento.
-Droga chefe! O que é isso?! -disse um dos capangas.
-Não sei! Mas fiquem ligados! Pode ser um dos malucos! -disse o cafetão.
O som ficou mais forte e Gregory viu um homem aterrisar próximo a ele usando um sobretudo azul. O cafetão arregalou os olhos ao perceber de quem se tratava. Gregory esperou ver o rosto do homem, mas só encontrou uma máscara azul com um J em branco desenhado. O homem apontou o cafetão ameaçadoramente e disse:
-Eu normalmente não elimino alguém que não foi julgado, mas no seu caso, cafetão idiota, eu vou abrir uma exceção!
-Eu te reconheci! Você é o Jurado! -disse o fotográfo entendendo a pessoa por suas palavras.
-Você foi esperto em tentar compra-la, mas com esses tipos, você só tem uma única escolha...
-Maldito Jurado! Por que veio aparecer agora? -gritou o cafetão.
-Sabe como é, eu estava de passagem. A propósito, vocês sabem do Ceifador?
-Não! E mesmo que soubesse herói idiota, não lhe diria nada! -gritou o cafetão.
-Não tenha tanta certeza disso monstro! -disse o Jurado largando um pequeno sorriso.
-O quê? -disse o cafetão dando um passo pra trás e movendo um dedo nas costas para avisar um olheiro numa casa próxima que estava tendo problemas. Gregory percebeu o movimento, ia avisar o Jurado, mas foi detido com uma negativa do mesmo. Jurado observou que os dois capangas estavam armados, por isso puxou seu martelo feito de uma liga metálica especial. Os homens sacaram suas pistolas e o cafetão puxou a jovem pelos cabelos procurando retira-la da linha de fogo.
-Se quer me ajudar e fazer algo de útil, proteja a garota que tentou salvar! -disse o Jurado erguendo o martelo e vendo que os homens começaram a atirar. O cafetão se escondeu atrás de uma coluna com a jovem ao seu lado. Gregory saltou para trás de seu carro e viu como as balas resvalavam no martelo e caiam no asfalto. O Jurado não parecia temer as balas e caminhou calmamente na direção dos capangas. Gregory assimilou um pouco de sua coragem destemida e partiu para cima do cafetão que acertou com um soco no rosto.
-Maldito! Eu ia te poupar, mas agora vou... Te matar! -disse o cafetão puxando a pistola e mirando o peito de Gregory. A jovem num lampejo de coragem empurrou o cafetão um pouco antes dele atirar. A bala acertou a coluna enquanto Gregory lançou um soco lateral que jogou o homem ao chão. Ao sentir o sangue escorrer por seu nariz, o cafetão enlouqueceu procurando sua pistola. Gregory ia disparar outro soco no homem que se fazia de derrotado, porém, sentiu o click da pistola atrás de si. O cafetão ergueu-se com os braços abertos em pura fúria e uma bala atravessou sua garganta. A jovem com a pistola em punho derramava lágrimas que manchavam suas vestes brancas. O fotográfo impressionado procurou tomar a arma enquanto o cafetão caia em uma poça de sangue. A jovem choramingou nos braços do seu herói enquanto sussurava baixinho:
-Morra porco! Morra!
Enquanto Gregory enfrentava o cafetão, o Jurado combatia seus capangas. Ao se aproximar dos dois capangas, eles largaram suas pistolas começando a correr desesperados. O Jurado pegou uma corrente colada a sua cintura e laçou um dos inimigos o puxando para si. O outro parou vendo o colega em apuros, mas apenas para ve-lo perder sua cabeça ao ser acertado pelo martelo da justiça do Jurado.
O Jurado sentiu que mais inimigos vinham para ataca-lo pelas costas, então ergueu seu martelo para trás se protegendo das balas do inimigo. O colega voltou para ver o corpo do primeiro, mas com a mão livre o Jurado o acertou na cabeça com sua corrente. Os homens que trabalham para o cafetão sentiram a chance de derrotar um famoso herói, então todos resolveram aparecer com suas pistolas e metralhadoras em punho.
-Essas armas nojentas não poderão deter o martelo da justiça! -gritou o Jurado fazendo seus inimigos tremerem.
-Não se amedrontem caras! Ele é apenas um!
-É isso mesmo! -gritou outro.
-Não tenham medo que ficaremos famosos! -disse outro.
-Muitos idiotas já disseram-me coisas parecidas e agora estão a sete palmos do chão! -disse o Jurado num tom de voz mais frio e olhando fixamente seus inimigos analisando a batalha antes dela acontecer. Um dos capangas de aparência jovem e destemida apontou sua pistola para cabeça do Jurado. O herói ergueu seu martelo, correu em direção aos inimigos acertando três de inicio, depois chutou a perna de outro que desejava ataca-lo pelas costas, então usando sua corrente apertou seu toráx até sufoca-lo enquanto derrubava mais dois inimigos com a força destruidora de seu martelo. Um deles era o jovem destemido que foi ao chão choramingando. Ao verem vários homens derrotados, alguns capangas desistiram da luta sobrando apenas três que decidiram observar o cafetão estatelado no asfalto. Um dos homens mirou o fotográfo, mas foi atingido no peito antes que pudesse atirar. Outro resolveu largar sua pistola e puxar uma espada de sua cintura começando um duelo de martelo e espada com o herói. A jovem choramingando apertou ainda mais o braço de Gregory que notou que o último capanga se aproximava lentamente por trás do Jurado. Gregory pegou a pistola do cafetão, mas foi poupado de fazer qualquer ação, pois o herói derrotou o primeiro inimigo quebrando sua espada e acertando-o no abdômen e venceu o segundo girando rapidamente em uma meia-volta parecida com a de um experiente dançarino acertando o inimigo na cabeça com seu martelo.
-Pronto garota! Já passou! Acabou a luta. -disse Gregory afagando os cabelos da jovem.
-Morra porco! Morra! -chorou a jovem.
-Ei vocês?! -disse o Jurado se aproximando.
-Em que podemos ajudar?! -disse Gregory admirado.
-Acho difícil me ajudarem! Mas estou a procura de um mercenário conhecido como Ceifador. O julgamento final dele está próximo!
-Não sei onde ele está, mas já o vi uma vez no Bar da Princesa.
-Hum! Já sei. Obrigado por sua ajuda cidadão. -disse o Jurado caminhando para uma esquina ao lado e desaparecendo por ela.
Gregory carregou a jovem até seu carro e no caminho pensou “O que vou fazer agora? Como vou lidar com essa menina? Ai meu Deus!... Mais é melhor comigo do que com aquele monstro”.


FIM

4 comentários:

  1. Muuuuiiito booom!!
    Vc escreve muiito beem!!!
    bjos!!

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  2. Olá I.D., vim retribuir a visita e agradecer o carinho, nossa essa história está ficando cada vez melhor!
    ah! sei q a noite, a escuridão são vistos como algo ruim, mas não é, filha da noite reflete a beleza q sinto a noite, a liberdade, a proteção q sinto a noite, no mês de setembro de 2010 tem um poema chamado "No Silêncio da Noite" espero goste, "boas meninas" q me refiro seriam aquelas pessoas falsas q encontramos pelo caminho. afinal tds somos bons, ninguém é 100% mau nem 100% bom, somos a metade de tudo!
    Bjos adorei mais esse capitulo, se cuida e tenha uma linda semana.

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  3. Olá!
    Agradecida por sua visita estou aqui, adorei seu espaço...
    Estarei voltando para conhecer melhor seus contos...
    Obrigado pelo carinho!
    Seguindo!
    Bjs

    Mila

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  4. Olá de novo I.D., bom, ainda não tive o prazer de ler tolkien, mas já me falaram que é muito bom, a parte final sai sexta agora, espero que goste.
    quanto ao "silêncio da noite" é verdade sim, tenho esse péssimo hábito e não recomendo a ninguém, estou em uma luta particular para parar, por enqto está dificil, mas sei q consigo.
    e q bom que vc gostou. fico feliz!
    ontem por exemplo a meia noite aki o céu estava incrível! limpo td estrelado e a lua... maravilhosa e inspiradora!
    Bjos se cuida e tenha uma linda semana!

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