domingo, 31 de julho de 2011

Capitulo 19: A Derrota de Raios Estáticos




Capitulo 19: A derrota de Raios Estáticos

William Humphrey não acreditava no que seus olhos observavam. Uma luz violeta se chocando contra o vento e ocasionando uma explosão que o fez tremer até a espinha. Dois seres poderosos se encarando apesar do cansaço. Um com olhos cheios de ódio e um sorriso sarcástico. Outro com a face coberta por uma máscara de carnaval verde, praticamente de joelhos e com faíscas roxas brotando de seu ombro. Nunca tinha se importado com a violência da cidade de San Cristo, mas quando esta bate a sua porta as suas perspectivas mudam abruptamente. Agora, no terceiro andar de seu apartamento com um copo de cerveja caindo de suas mãos temia por sua vida.
Tornado sentia suas forças se esvaírem, pois seu último esforço em proteger o bandido Charles Jones da maldade de Raios Estáticos o enfraqueceu. Enquanto isso, o vilão mesmo cansado queria cumprir sua missão. Charles Jones ainda assustado procurava uma esquina onde pudesse se enfiar. O mendigo Crosby ao lado de uma dona de casa chamada Dora observavam a luta com apreensão. William ficou pasmo com a quantidade de viaturas que se dirigiam ao local e de cima podia vê-las se aproximando.
-Parece que nossa luta será interrompida Tornado. -disse Raios Estáticos.
-Não será. Te derrotarei antes deles chegarem. -disse Tornado apertando um braço com a mão, pois as faíscas queriam derruba-lo.
-Acho que a minha Onda Estática Convulsiva está fazendo efeito. Seu corpo irá ficar paralisado e como irá proteger esses civis tolos. Posso começar matando a mãe e o menino que você tanto queria salvar. -comentou Raios Estáticos dando alguns passos em direção ao herói.
-Não permitirei... Que isso aconteça. -disse Tornado fraquejando nas reticências.
-Apenas me faça um favor: Morra! -gritou Raios Estáticos lançando uma onda de esferas violetas sobre Tornado. O herói esquivou com um salto e uma cambalhota em pleno ar, caindo próximo ao vilão e o golpeando com uma sequência de chutes no rosto. Raios Estáticos tateou, recuperou o equiíbrio, então passou uma rasteira em Tornado. Dora levou as mãos a boca. William aproximou-se da janela. Tornado ergueu-se flexionando suas pernas para baixo e voltando a ficar em pé. Raios Estáticos soltou um chute lateral acertando as costelas do herói que rodopiou. Crosby pensou em ajudar o herói, mas sentiu medo. Charles Jones levantou-se e começou a correr. Tornado e Raios Estáticos trocavam socos e pontapés, procurando brechas para derrubar rapidamente seu adversário. Os dois se mantinham focados em suas defesas, por isso não deixavam aberturas. Raios Estáticos conseguiu um soco direto no peito do herói, porém Tornado acertou um chute na banda direita do rosto do vilão. Eleonora abraçada a Alex não tinha forças para falar, pois ficou entre amedrontada e admirada pela coragem do Tornado.
As sirenes da policia se apresentavam cada vez mais perto. Raios Estáticos empurrou Tornado e saltou para janela de um prédio. Tornado o seguiu e os dois voltaram a trocar socos. Crosby suspirou ao ver Tornado receber um soco no estômago. Dora sorriu ao ver Raios Estáticos receber um gancho de direita e rodopiar no ar antes de recuperar o equilíbrio em cima de um poste. Os carros chegaram e os policiais apontaram suas armas para as duas criaturas em cima do poste. Um dos oficiais gritou:
-Raios Estáticos você está preso!
-Cale-se policial idiota. Me deixe terminar com este bastardo aqui que depois pegarei vocês. Não se apressem em morrer. -comentou Raios Estáticos fazendo os policiais estremecerem.
-O que estão fazendo policiais? Eles são aberrações! -gritou uma mulher numa janela abaixo da de William.
-Ei vadia?! Quem é a aberração? -disse Raios Estáticos defendendo um chute lateral de Tornado e depois um soco que acertaria seu pescoço.
-Tornado jogue-o no chão que iremos prendê-lo! -disse um policial.
-A polícia precisando da ajuda de um renegado. Nossa! Onde o mundo foi parar! -comentou uma senhora curiosa numa esquina próxima.
William não estava gostando dos protestos diante do esforço do herói em parar o vilão, mas temia que algo pudesse acontecer consigo caso protegesse um renegado como o herói Tornado. Raios Estáticos lançou uma esfera violeta que o herói desviou criando uma rajada de vento. No entanto a esfera acertou um muro que desabou em uma pilha de entulhos revelando uma casa onde um casal se beijava loucamente. Alguns policiais ficaram distraídos com a sacanagem que ocorria. William se surpreendeu ao ver o casal semi-nu, mas voltou os olhos para batalha. Tornado com uma rajada empurrou Raios Estáticos para o chão, mas este com um salto caiu em pé e irritado por ser desviado do seu lugar. Um policial com um cassetete em punho atacou o vilão. Raios Estáticos pegou seu braço e socou duas vezes suas costelas e depois o rosto. O policial desmaiou enquanto Tornado caía sobre Raios Estáticos. Tornado prendeu suas mãos, mas esqueceu de prender os pés, por isso o vilão o jogou para o lado com uma joelhada. Raios Estáticos teve de repelir uma saraivada de tiros que vieram em sua direção, sendo que para isso se moveu rapidamente utilizando sua agilidade fora do comum. Tornado para não ser atingido fez o mesmo rolando pelo asfalto e levantando-se apenas próximo de um hidrante. Crosby empurrou Dora para uma marquise. Eleonora ergueu uma mesa e colocou Alex protegido por ela. William sentiu que estava vendo um filme faltando apenas uma música de ação.
Raios Estáticos aproximou-se dos policiais e lançou duas rajadas: Uma das rajadas explodiu uma das viaturas derrubando quatro policias com o impacto. A outra acertou um policial que desorientado acertou um tiro numa colega, mas felizmente a bala acertou o ombro. Tornado sabia que os policias não teriam a menor chance, por isso fechou os olhos com a distração do vilão procurando concentração para mover uma maior quantidade de ar. William ficou apreensivo com o fim da batalha e deixou seu copo de vidro cair ao ver Raios Estáticos erguendo um policial com apenas uma mão e o lançando sobre outro. Um policial tentou um ataque pelas costas, mas seu medo fez as balas passarem distante. Raios Estáticos lançou uma esfera de energia que fez o homem ir parar a metros do local. Tornado chamou a atenção do vilão com um assobio, então gritou:
-Tornado Espiral!
Das mãos do herói surgiu uma ventania que rapidamente tomou conta da rua. Crosby abraçou Dora para protegê-la. Eleonora com olhos tímidos observou o ar em sua sala ficar mais rarefeito. William com sua visão privilegiada notou que um bolsão de ar apareceu nas mãos do herói e voou para Raios Estáticos. O vilão foi erguido aos céus podendo ver estrelas em seu caminho. Os policiais correram para ajudar seus feridos enquanto Raios Estáticos voltava de sua viagem caindo lentamente sobre uma pilha de entulhos. O som do impacto alarmou a todos na rua, até mesmo Tornado que disse:
-Essa deve ter doído!
Os policiais correram para prender Raios Estáticos torcendo que isto o tenha pelo menos colocado para dormir. Tornado parou os homens com um grito e um aceno de mão:
-Não se aproximem! Chamem a Força de Segurança! Ele é demais para vocês.
Os policiais nem quiseram discutir. O oficial chamou a Força de Segurança depois de contatar a central. Um policial aproximou-se de Tornado e disse:
-É melhor você ir embora. A Força de Segurança prenderá qualquer um que não seja humano. E como nos ajudou acho que devemos uma, por isso corra!
Tornado aproveitou e saltou sobre um prédio dando a William uma visão animalesca, pois o herói pareceu um macaco. Tornado escalou o prédio de quatro andares e sumiu por seu teto. William viu os policiais começando a cuidar dos presentes e feridos, mas deixaram um deles escapar, este foi o bandido Charles Jones que se ficasse seria preso por diversos crimes.
Charles Jones entrou na esquina mais escura que encontrou enquanto ouvia a chegada dos helicopteros da Força de Segurança. Preocupou-se com a idéia de que o Tornado o estaria seguindo, mas duas pessoas o observavam com facilidade. Uma era o jovem William Humphrey e sua curiosidade com os acontecimentos. Outro, era um ser sinistro escondido na escuridão que o bandido tanto usava para se ocultar. Charles só descansou sua corrida após atravessar dois quarteirões e sentir uma segurança. Porém, seus sentidos o enganaram. Um homem num sobretudo preto o pegou pelo pescoço e o encostou na parede. Charles temeu por sua vida, enquanto o homem disse calmamente:
-Não fez o serviço que eu pedi, por isso terá de pagar!
-Mas eu sequestrei a menina! Eu quase...
-Não existe quase para mim. Você falhou comigo como falhou com os Patrick. É uma criatura que merece morrer, mas farei outra coisa...
-O quê?! -disse Charles Jones quase chorando de medo.
-Já que não consegue pegar nada. Acho que não precisa de seus braços! -disse o homem puxando os braços de Jones de sua carne. O sangue inundou a esquina escura e só a Lua mostrava os horrores de uma maldade cruel.
Jones perdeu seus braços levados pelo misterioso homem, então gritou com a morte que se aproximava. Deitou-se no asfalto frio esperando a morte e relembrando todas as maldades que já fizera na vida. Sentiu sua vida desaparecer no sangue que escorria. Passos calmos chegaram a si e uma voz divertida chamou-lhe atenção:
-Quer viver cara?! Tenho a solução! É só se entregar de corpo e alma!
-Ahn! -disse Jones sem forças para responder, mas acenando com a cabeça querendo viver.
O homem carregou Jones que não reconheceu seu salvador, mas pensou lá no fundo que não importava quem era e que só queria viver. Jones estava prestes a desmaiar quando viu uma porca rolar pelo chão e encostar perto de um bueiro. Finalmente adentrou completamente a escuridão que desejara.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Capitulo 18: Uma nova razão para viver



Capitulo 18: Uma nova razão para viver

Eleonora Wings está sentada observando seu filho especial quando exclama para o vento:
-Que droga de vida!
Eleonora é uma mulher batalhadora que passou anos cuidando de seu filho que possui retartado mental, onde apesar de ter 20 anos em idade física, apresenta um intelecto de uma criança de 6 anos. Eleonora pensou no passado quando tinha um marido maravilhoso que sempre a levava para dançar nas boates da cidade. Ele, um oficial da Marinha e ela apenas uma estudante. O namoro foi tão simples e gentil, existia pureza e inocência, tanto que ele demorou muito tempo para poder beija-la. A cidade era protegida por heróis que vagueavam pelas ruas pelo dia e pela noite e os bandidos e vilões se escondiam, mas ao olhar o telejornal que passa na televisão à frente, ela procurou imaginar como as coisas mudaram tanto. Seus pensamentos voaram, “Como eu pude ser tão feliz e agora... Agora só tenho um filho que não irá poder cuidar de mim em minha velhice. E quem cuidará dele quando eu morrer? Pobre Alex! Tão tímido e medroso. Dificilmente se acostumaria com uma mãe nova”.
Eleonora interrompeu seus devaneios para observar seu menino brincando com um carrinho vermelho e lembrou de um doce momento em sua vida, quando seu marido dirigia um carro de mesma cor e a levou para um piquenique no parque. Lembrou de seu toque em seus cabelos, atrás da nuca onde se encolhia como uma gatinha, a forma como a olhava como se tivesse toda a compreensão do seu ser. Eleonora sempre soube que não encontraria homem igual. Quando sua criança nasceu, ele lhe deu as forças que precisava para encarar o problema de frente. Mesmo com o trabalho árduo na Marinha não a abandonava, mas quando teve de abandonar foi definitivamente, pois o perdeu num acidente de carro, o mesmo carro vermelho das alegrias que agora repousava em miniatura nas mãos de seu filho. Alex deixou o carrinho e Eleonora abandonou as lembranças para se erguer do sofá e olhar a foto do marido sorrindo no parque emoldurada na parede da sala. Alex murmurou algo incompreensível e nesse grunhido distante sua mãe o acompanhou num lamento profundo que se tornou choro. Eleonora observou o filho e sentiu vontade de não tê-lo ou de abandona-lo, queria que seu marido estivesse de volta e que pudessem sair para dançar e se divertir como faziam. Era uma vida feliz que se tornou uma triste dependência e agora se via abalada pelo ressentimento e pelo medo de não conseguir mais a felicidade. Em seus devaneios não percebeu a briga que ocorria do lado de fora de sua casa e tomou um susto ao ver um homem de roupa verde atravessando a parede da sala e aparecendo próximo de seu assustado Alex. Eleonora demorou para reagir e apontou o homem de verde com espanto. Tornado virou para mulher mostrando sua máscara de carnaval que protegia sua identidade.
-Quem é você? O que está fazendo aqui? -disse Eleonora.
-Eu sou o Tornado! Por favor, preciso que saia daqui... -disse o herói interrompido pelo aparecimento do vilão Raios Estáticos que o encarava ainda do lado de fora. Tornado foi lento para desviar de uma rajada de discos energéticos na cor violeta que o acertaram no peito o levando para área da cozinha. Eleonora soltou um grito e Alex chorou de medo. Raios Estáticos adentrou a residência pelo buraco que ele mesmo criou, puxou o cabelo de Alex enquanto este aumentava o volume de seus gritos e virou para mãe desesperada.
-Você é a mãe desse lixo?! Não seria melhor que eu eliminasse esse fardo para você?
Eleonora ficou paralisada pelas palavras do homem, pois era exatamente o que pensava um pouco antes de sua entrada. Não sabia o quão certo ou errado era deixar o homem matar seu filho e se isso a faria realmente feliz. Uma confusão de sentimentos e pensamentos povoaram a mente da mãe que começou a chorar com a terrível indecisão. Tornado levantando com dificuldade, tendo faíscas arroxeadas brotando de seu ombro e de uma perna disse:
-Raios Estáticos eu me rendo, mas não machuque o garoto!
-Por favor Tornado! Não está em condições de pedir ou exigir nada. E irei apenas fazer um favor a essa mulher. Não vê que o garoto é um lixo?! -disse Raios Estáticos mostrando um sorriso tenebroso. Tornado ergueu seu punho buscando concentrar o ar ao redor enquanto o vilão pronunciava suas maldições. Eleonora ajoelhou-se chorando e disse:
-Por favor moço!... Não mate meu menino! É tudo que eu tenho... É tudo que me sobrou... É minha única felicidade!
-Mesmo essa criatura sendo um lixo! É difícil entender a paixão que algumas pessoas tem pelos fracos. -disse Raios Estáticos erguendo Alex pelo pescoço o colocando frente a luz do lustre da sala. Tornado gritou:
-Punho do Vento!
Raios Estáticos foi atingido no peito por uma massa de ar carregada pelo Tornado e foi lançado de volta pelo buraco que abrira. Eleonora ergueu-se com a velocidade de um herói e abraçou Alex antes que ele caísse ao chão. Tornado aproximou-se da mãe e do filho e praticamente sussurrou:
-Bom trabalho! Continue cuidando de seu filho com esse mesmo amor que demonstrou.
Eleonora observou o herói tão alto em frente a luz do lustre quase parecia um anjo de verde e isso a fez lembrar do sorriso de seu marido, então abaixou a vista para notar que seu filho em seu torto sorriso lembrava o homem que sempre amou. Tornado tocou o ombro de Eleonora e voltou para rua para encarar o vilão.
-Belo golpe Tornado! Mas a luta ainda não acabou. -comentou Raios Estáticos limpando a sujeira acumulada na roupa. Tornado observou que o mendigo chamado Crosby e uma dona de casa chamada Dora estavam muito próximos do vilão e imaginou que eles poderiam ser pegos no fogo cruzado, por isso esperou Raios Estáticos se mover. O vilão pareceu perceber o plano do herói e continuou parado esperando um ataque, então virou-se rapidamente para ver que Charles Jones corria desesperado para uma esquina. Tornado sabia que o vilão estava ali apenas para punir Charles e essa chance voltou a surgir. Crosby puxou Dora para perto de si, pois Raios Estáticos passou como uma locomotiva pelos dois. Tornado lançou uma rajada de vento lateral da palma de sua mão direita, mas passou distante de Raios Estáticos. Com olhos miúdos e cheios de lágrimas, Eleonora observava a luta de dentro de casa e ainda abraçada a Alex.
-Não vai fugir seu verme! -gritou Raios Estáticos para Charles que ficou paralisado de medo. -É hora de morrer! Tome isto! -disse o vilão enviando uma onda de discos energéticos na cor violeta. Tornado apareceu à frente e criou uma massa de ar para colidir com o ataque do vilão o interrompendo no caminho. Raios Estáticos bufou de raiva enquanto via Charles Jones sorrir aliviado. Crosby e Dora respiraram fundo, mas se atemorizaram ao ver as faíscas que brotavam no ombro do herói. Tornado acabou ajoelhando com a dor. Raios Estáticos viu a guarda aberta e lançou outra onda de discos energéticos que acertaram todo o corpo do herói o jogando contra um muro ao longe depois de navegar pelos ares por alguns milésimos de segundo. Da parede danificada caíram dezenas de tijolos e massa de cimento sobre o herói que pareceu desmaiar com a força do ataque.
-Sua vez Charles Jones! Não fuja de mim! -disse Raios Estáticos caminhando lentamente para o paralisado bandido da família Patrick. Crosby deixou Dora e correu para averiguar se Tornado vivia. Eleonora observou a preocupação e o espanto nos olhos de Dora. Raios Estáticos apertou o punho, deixou a energia violeta crescer em seu braço e a levou para o punho, então gritou a plenos pulmões:
-Bombardeio Violeta!
Uma chuva de esferas roxas saíram dos punhos do vilão e voaram em direção de Charles Jones que cobria o rosto com a morte certa. Crosby parou no meio do caminho maravilhado pelas luzes do golpe. Dora levou as mãos a boca preocupada com o destino da batalha. Eleonora continuava a apertar Alex contra si, mas seus olhos observavam a luz violeta. Alex sem entender nada também estava maravilhado, até mais que Crosby pelo ataque do vilão. Tornado saiu dos escombros de entulhos do muro que destruiu parcialmente e lançou uma rajada de vento com as duas mãos espalmadas para frente e os braços esticados o máximo que pôde, então a brisa conseguiu apenas desviar o Bombardeio Violeta que atingiu o asfalto provocando uma explosão. Tornado ajoelhou enfraquecido, enquanto Raios Estáticos também cansado respirava com dificuldade. Dora aproximou-se de Crosby e o acordou de sua letargia. Eleonora observou que numa esquina se escondiam mais alguns curiosos interessados na batalha. Tornado ouviu sirenes de polícia ao longe e ergueu-se com um pensamento “Não posso me dar por vencido. É a chance que tenho de coloca-lo atrás das grades. Pagará por sua crueldade!”. Então observou Eleonora que praticamente não deixava Alex respirar de tanto amor e proteção.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Capitulo 17: Me dê esperança



Capitulo 17: Me dê esperança!

Dora Fontanie lava os pratos em sua casa de cortiço no Terceiro Distrito da cidade de San Cristo. Seus filhos Peter e Joe estão brincando de carrinho na sala e ao mesmo tempo assistem televisão. Dora estava apreensiva com a demora do marido, mas em seu íntimo já imaginara por onde ele estava e até com quem estava. Seu corpo demonstrava suas irritações profundas através do exaustivo suor que escorria de sua alva pele, para limpa-lo utilizou suas mãos cobertas pela luva de cozinha e assim liberou o coque que prendia seus longos cabelos pretos lisos. Dora já sentiu orgulho de ter cabelos tão bem cuidados, em uma época onde o marido era um romântico apaixonado, que lhe fazia serenatas à porta, lhe enviava flores com cartão quase todos os dias e sempre dizia que a amaria para sempre. Isso tudo mudou com o tempo e agora só conseguia ver o marido pela noite, normalmente com o cheiro de uma mulher da rua o infestando com perfumes baratos e o fedor da cachaça que ardia em seus lábios. Dora pensava em largar tudo, a casa, o marido, os filhos e voltar a viver um novo romance, mas sempre voltava a questão que uma mulher não podia abandonar seus filhos, portanto, sofria calada as traições do marido que chegava a ficar dias fora e quando voltava sua explicação se resumia “Tive que fazer uma reunião na empresa, sabe como é né!”. Dora queria mostrar a ele como ela sabia de tudo, queria fazê-lo sentir toda a dor que ela estava sentindo, fazê-lo pagar pelos anos de sofrimento, abandono de lar e solidão, mas tinha as crianças que ela não podia abandonar e elas simplesmente adoravam o pai.
A porta da frente da casa se alargou, Peter e Joe correram com um largo sorriso em seus rostos infantis de apenas, 7 e 10 anos de idade respectivamente. O pai, um funcionário de uma empresa multinacional localizada no Segundo Distrito da cidade vinha todo perfumado da rua e muito animado como se o atraso para o jantar não o incomodasse nem um pouco. Peter perguntou ao pai se ele trouxera presentes. Joe pediu o seu quase que imediatamente. O pai puxou um carrinho de bombeiro da sacola e avisou aos dois que eles teriam de dividir o presente, o que desagradou a ambos. Dora chegou à sala com a face vermelha de raiva. O pai abriu um largo sorriso de boas-vindas e caminhou com a intenção de abraça-la como anteriormente fazia, antes de ter as crianças e de se casarem. Dora gritou:
-Como você tem a coragem de chegar esse horário e me mostrar essa cara lavada!
-Calma Dora! Você está se preocupando a toa...
-Eu!... Eu me preocupando a toa! Você passa a vida toda me colocando chifres e eu fico aqui apenas chorando a sua ausência!
-Eu não fiz nada disso. Por que me acusas tanto amor?! -perguntou o marido procurando conforta-la.
-Você é um canalha!... Não! É o pior dos canalhas! Nem as crianças você respeita...
-Peraí mulher! Não fale besteira! Eu adoro meus pequenos.
-E a mim? A mim você ainda ama? -disse Dora entre lágrimas fervilhantes que poderiam junto a seu suor se tornar um rio.
-É claro que amo querida. -disse o marido sem hesitar, mas mostrando um sorriso sarcástico.
-Você não presta! Eu tenho de sair daqui, eu preciso... -disse Dora correndo para o quarto, mas o marido ficou à frente tentando impedi-la e localizando seu olhar para amansa-la. Dora não queria ser detida, não desta vez, porque sabia que seu marido a controlaria caso terminassem na cama. Peter e Joe brincavam no chão ignorando as altas vozes dos pais. Dora gostava desse ar desligado das crianças, pois assim podia gritar mais e do fundo do coração. O marido segurou seus braços, Dora se sentiu impotente ante a força do homem, o marido aproximou seu rosto do de Dora que balançou o rosto rapidamente tentando escapar. O homem disse:
-Você tem de entender amor. Que você é a única... Que amo!
-Não! -gritou Dora empurrando o marido ao chão buscando forças de locais que nem podia imaginar, mas estando finalmente livre de seu controle, então correu para o guarda-roupa, jogou o avental e a roupa de dona-de-casa na cama, pegou roupas para sair como um vestido preto e um casaco. O marido ergueu-se e gritou:
-Pra onde você pensa que vai?! Ainda mais assim!
-Vou sair como você faz! Quem sabe eu não me divirto um pouco...
-Está querendo me desafiar mulher! Você não sustenta essa casa e nem as crianças, você apenas cuida da casa como toda boa mulher sabe e deve fazer.
-E você é um porco! -gritou Dora empurrando o marido e correndo para porta da frente, porém, parou diante da maçaneta e olhou Peter e Joe tão animados com o brinquedo novo trazido pelo pai. Peter a olhou calmamente com seus olhos verdes sempre brilhantes e perguntou:
-Por que ta chorando mãe?
-Preciso ir meus queridos, mas volto logo. -disse Dora indo abraçar as crianças, mas foi impedida pelo marido que a derrubou com um empurrão.
-Não vai me abandonar aqui assim! Não é o que uma mulher direita tem de fazer.
-E o que uma mulher direita tem de fazer Carlos? Sofrer e sofrer enquanto seu marido só a trata como lixo! -gritou Dora abrindo a porta e ganhando o mundo. O marido socou a porta violentamente por alguns segundos, caminhou para cozinha e procurou sua janta, então pensou “Ela deve estar de TPM, logo ela volta, sei que jamais abandonaria as crianças, mas quando voltar, ela vai implorar meu perdão. Ah se vai!”.

Dora chegou ao Quarto Distrito após pegar um táxi, queria ir a um local deserto e desaparecer. Sentia que nada mais fazia muito sentido, enquanto as imagens de sua vida caminhavam em sua mente. Seu namorado, o único que teve, tão romântico e apaixonado se tornou seu marido, um homem que só a traí e a maltrata dia e a noite com a ausência e o esquecimento, principalmente, depois que conseguiu uma promoção em seu emprego. Dora chutou uma latinha de refrigerante que estava em seu caminho e esta correu para uma esquina. Notou que a rua estava muito mais vazia do que se lembrava de caminhadas em sua infância, porque nasceu, cresceu e viveu uma parte de sua vida na área mais podre da cidade, que todos conheciam como o Quarto Distrito. Dora foi para esquina da latinha e encontrou um mendigo encostado á parede e inquieto como se tivesse a temer a morte. Dora aproximou-se e antes de conseguir falar com ele, uma explosão afetou a rua á frente e Tornado saiu da fumaça como uma cambalhota. Raios Estáticos com a mão direita explodindo de emoção com seu colorido violeta tentava golpear o herói. Tornado escapou de um golpe que Dora acreditava ser impossível, pois o vilão encostou o herói num muro, mas o último agachou e rolou para o lado. Dora puxou o mendigo para si e perguntou:
-O que está acontecendo?
-Não viu não moça! O Tornado ta protegendo a gente do Raios Estáticos. Sempre quis ver uma luta assim de perto. É incrível né?! -disse o mendigo chamado Crosby.
Dora odiou sentir o fedor de cachaça no homem, porque lembrou vagamente seu marido , mas ao ver Tornado escapar de mais um ataque de raios violeta do Raios Estáticos acabou esquecendo de tudo. Dora pensou “É assim que posso esquecer a minha dor! Eu nunca tinha prestado muita atenção nesses heróis, mas...” O pensamento da dona-de-casa foi interrompido pela ação de Tornado em salvar um velhinho de uma das esferas do Raios Estáticos. O vilão gritou:
-Se continuar salvando esses vermes vai acabar morto!
-O único verme que vejo nessa rua é você! -disse Tornado abrindo os braços, fechando os punhos de forma a absorver o ar ao seu redor, lançando uma mão à frente e correndo para Raios Estáticos ao dizer:
-Metralhadora de Socos do Ar!
Tornado saltou um carro usando outro como apoio, aproximou-se de Raios Estáticos e lançou tantos socos no ar em alta velocidade que nem o vilão os conseguiu ver. Crosby vibrou ao ver Raios Estáticos ser metralhado por dezenas de socos aparentemente invisíveis. Dora ficou boquiaberta e seu único pensamento era “Vença por todos nós!”.
Raios Estáticos foi lançado sobre a coluna lateral de um prédio pequeno abalando a estrutura, mas não derrubando-a. Tornado sabia que o inimigo não desistiria, mesmo diante da quantidade imensa de ferimentos que provocara. Raios Estáticos ergueu-se como se não houvesse recebido nenhum golpe, limpou a roupa como se tivesse em uma festa elegante e focalizou o herói com olhos que pareciam lançar fogo. Dora ficou impressionada pela tensão que os dois podiam liberar no ar e sentiu pela primeira vez que seu marido romântico e aparentemente maravilhoso era apenas um homem comum, enquanto haviam outros tão poderosos e especiais. Crosby sorria com uma felicidade incomum a um mendigo e até isso Dora achou impressionante. Tornado e Raios Estáticos encontraram-se novamente em uma troca de ataques e defesas consistindo no uso de socos, chutes e pontapés, mas sem qualquer efeito maior em qualquer dos usuários. A única coisa que os dois fizeram foi deixar a platéia ainda mais nervosa pelo resultado do combate. Tornado arriscou um soco no estomago, mas Raios Estáticos mudou de lado para desviar, então socou o rosto e o peito do herói que cambaleou. Tornado revidou com um chute frontal no peito do vilão que coçou a área atingida. Tornado agachou rapidamente e provocou uma rasteira, mas Raios Estáticos se salvou da queda utilizando as duas mãos e plantando bananeira. Tornado planejou lançar uma onda de vento, mas Raios Estáticos gritou ao abrir as mãos e juntar as garras:
-Onda Estática Convulsiva!
Tornado recebeu uma onda de choque na cor violeta que percorreu todo seu corpo e o lançou a vários metros pela rua. Raios Estáticos respirou fundo como se a luta tivesse terminado. Tornado caiu perto de Crosby e de Dora que se aproximaram para vê-lo. Tornado não podia sentir seu corpo e por um momento pensou que só existia seus olhos. Crosby gritou desesperado:
-Por favor não morra! Assim não!
-É. Fique vivo... -disse Dora timidamente, mas seu coração explodiu com uma idéia e gritou com toda a força dos pulmões:
-Me dê esperança!
Tornado acordou com as palavras de Dora e conseguiu fazer o ar que antes mal podia sentir graças a ação paralisante da Onda Estática Convulsiva o rodear em alta velocidade e diminuindo os efeitos do golpe. Tornado ergueu-se, mas um de seus braços e parte do tronco estavam sob o domínio violeta de Raios Estáticos. Dora ajoelhou-se e começou a chorar. Crosby tentou conforta-la com pequenos tapinhas. Tornado agradeceu com um aceno de cabeça e caminhou para Raios Estáticos que sorriu ao ver as fraquezas impostas ao herói.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Capitulo 16: Um estranho convidado e o Bombardeio Violeta



Capitulo 16: Um estranho convidado e o Bombardeio Violeta

A Lua parecia brilhante aos olhos de Crosby, mas o que não lhe parecia brilhante com uma vida destroçada como a sua. Algumas pessoas poderiam considerar que o que ele tinha nem poderia se chamar de vida. Crosby só se orgulhava de uma coisa na vida, o fato de que conhecia bem as ruas da cidade de San Cristo. Já pôde testemunhar coisas que vão do maravilhoso ao bizarro. Caminhando pelas sombras da escuridão inebriado pelo cheiro da cachaça que carrega consigo para aliviar sua dor procurava assim afastar as lembranças que lhe apunhalavam o coração. Uma mulher bonita que sentiu que o amava, mas não demorou a abandona-lo por outro mais rico e importante, um bancário pelo que sua mente ainda lembrava. Um filho maior que custeou tudo em sua vida, mas que sempre procurou a saia da mãe, inclusive o odiando, mesmo o tratando com todo o carinho. Um filho menor que não teve nem a chance de conhecer direito, pois a mãe o levou de si diante de sua eminente miséria. Sua casa feita de madeira de lei perto de um jardim florido no Primeiro Distrito que acabou perdendo para o banco num movimento errado em seus negócios. Seu trabalho como consultor financeiro numa empresa que perdeu diante da bebedeira e das discussões frequentes com os chefes. Crosby pensou “O que será que eu tenho na vida Deus?! Hein Deus? O que eu tenho?!”. Em seguida, lançou sua amada garrafa sobre a porta de uma garagem. O vidro espalhado pelo chão com algumas gotas da preciosa bebida chamou sua atenção como uma sofrível tentação e assim correu agachado para seu vício.
Crosby caminhou agachado se movimentando com olhos fixos no líquido que escorria lentamente do que anteriormente era o fundo da garrafa. O pobre mendigo esticou o braço, sentiu que estava perto, sua língua e seu coração palpitavam de emoção e um quê de alegria, mas também de uma interna e cruel solidão. Crosby pensou no filho menor e parou a alguns centímetros do seu líquido precioso. O sorriso em sua face o lembrou sua própria juventude que fora feliz com heróis protegendo as ruas unidos com a polícia, tinha sua cuidadosa mãe e seu protetor pai. A força dessa imagem o fez retroceder em alguns passos, tateou a parede ao lado encontrando forças nas pernas um pouco bambas e ergueu-se para se banhar com a luz do luar. O líquido precioso também brilhava ao longe o chamando como um doce veneno na escuridão. Podia sentir a picada do escorpião sem ao menos toca-lo, o gosto adocicado e amargo aparecia em seus lábios e em sua língua e uma ânsia lhe subia não só no corpo, mas também no espírito. O mendigo começou a chorar diante da vontade louca que o impelia, apontou os estilhaços com o dedo indicador e disse:
-Saí de mim demônio! Não te quero mais...
A voz de Crosby foi fraquejando antes de se aproximar das reticências até parecer um grunhido. Caminhou novamente para os pedaços de vidro com a intenção de chuta-los para longe com seus sapatos surrados de tantas andanças pela cidade em busca de alimento ou de abrigo. Agachou próximo ao seu líquido precioso, o tocou com a ponta de um dos dedos e sua mão teve apenas o trabalho de levar aquela delícia viciante a ponta da língua. Crosby respirou fortemente e pensou “Bom! Muito bom! Eu preciso de mais, eu preciso arrancar essa dor, eu mereço mais...”. Crosby ergueu-se com olhos famintos e correu para uma rua mais larga onde ouviu um alvoroço. Algumas pessoas corriam assustadas e passaram por ele sem ligar para o fato de que é um mendigo e só isso as faria pular de medo. Crosby arregalou os olhos ao notar que dois seres se golpearam em pleno ar e depois voltaram ao chão tão rapidamente que seus olhos não puderam acompanhar. Agora tinha plena certeza de estar bêbado. Um homem a seu lado gritou:
-Saí daí cara! Eles não estão pra brincadeira!
-A coisa é séria! -gritou outro.
Crosby os ignorou e caminhou para estranha luz violeta que um dos dois emanava. O outro ser com uma roupa predominantemente verde gritou:
-Não será tão fácil me derrotar Raios Estáticos!
-É isso que veremos Tornado! -disse Raios Estáticos abrindo os braços para chamar a energia estática violeta que começava em seus braços e rodeava os punhos antes de cada ataque. Tornado ajeitou sua máscara de carnaval verde com uma listra cinza e abriu os braços eretos ao ombro com as mãos espalmadas esperando um ataque. Raios Estáticos vociferou:
-Receba isso e morra Tornado!... Bombardeio Violeta!
Uma chuva de esferas roxas viajaram do punho do vilão em direção ao herói. Crosby quase engasgou ao ver as luzes que lhe pareceram tão lindas. Tornado com saltos laterais e cambalhotas escapou de dezenas de ataques que ao tocarem o solo ou as paredes das casas provocavam explosões. Crosby notou que os locais que eram atingidos liberavam faíscas violetas por alguns segundos como uma fogueira que se mantém por si própria. Tornado saltou para uma janela no quarto andar de um prédio utilizando sua habilidade de manipular o ar ao seu redor e o impulsionando. Raios Estáticos o seguiu com seu olhar de assassino, mas sentiu um arrepio estranho na espinha. Tornado percebeu Crosby caminhando para Raios Estáticos e foi fácil compreender que estava bêbado, mas outro fato lhe chamou maior atenção que foi a presença do bandido Charles Jones com uma pistola em punho.
-Parece que a morte de seus companheiros não foi o suficiente Jones! Terá que morrer por sua falta de lealdade. -disse Raios Estáticos sem se virar, mas sabendo que Charles Jones o mirava com sua arma. Crosby ficou impressionado com a perspicácia de Raios Estáticos e começou a bater palmas numa situação que beirava o ridículo. Tornado olhando de seu ponto seguro pensou “Que homem mais estranho. Ele está fazendo parecer que o Raios Estáticos é o herói. O que a bebida não faz com um cara hein?
Charles Jones ao ver Crosby bater palmas achou um insulto a sua pessoa, então virou bruscamente a pistola mirando a cabeça do mendigo. Raios Estáticos percebeu a mudança acompanhando a flutuação do ar e moveu-se rapidamente de forma a aparecer pelas costas de Jones. Crosby continuou a bater palmas como se estivesse num circo sempre focando seus olhos na beleza das emanações violetas de Raios Estáticos. Tornado começou a dar socos no vazio buscando ganhar força e resistência, enquanto Raios Estáticos tão habilmente carregava Jones pelas costas o erguendo do asfalto. A pistola caiu com um forte ruído e disparou um tiro. Tornado acompanhou a bala com o olhar, mas se sentiu aliviado ao constatar que a rua estava praticamente vazia, a exceção de uns poucos curiosos, do mendigo animador e de Charles Jones.
-Por favor, Raios Estáticos, eu te imploro não me mate! -gritou Jones enquanto Raios Estáticos gargalhava com uma felicidade fora do comum ao torturar uma pessoa. Tornado continuou a dar socos no ar sem aparente motivo. Crosby sentiu a falta do homem de verde e ficou escrutinando os céus a sua procura. Raios Estáticos queria maltratar Charles Jones, porque este traiu a família Patrick, uma das mais importantes da máfia da cidade ao sequestrar uma garota sem permissão da família com a intenção de obter dois resgates. Raios Estáticos veio apenas cobrar a lealdade de Jones, mas terminou querendo mata-lo e agora sua vontade estava prestes a ser saciada. Crosby voltou seus olhos novamente a Raios Estáticos. Jones pediu ajuda com os olhos enquanto sentia seus músculos e ossos arderem com o aperto dado pelo abraço do vilão.
-Vai matar ele? -perguntou Crosby com um ar inocente.
-Ah! Com certeza! -disse Raios Estáticos com um sorriso malicioso.
-Então eu quero ver. -disse Crosby de uma forma casual.
-Olha só Tornado! Não é só os heróis que tem fãs! Eu acabei de ganhar um que gosta de me ver matar. E como os heróis, os vilões não gostam de desagradar seus fãs! -disse Raios Estáticos virando para o local onde está Tornado e notando que ao redor de seu punho direito se formou um grande bolsão de ar que liberava estranhos zunidos. Crosby bateu palmas para Tornado dessa vez. Raios Estáticos franziu o cenho e disse:
-Ei! De que lado você está mendigo?!
-Me ajuda... Por... -disse Jones agonizando.
-Punho do Vento! -gritou Tornado liberando seu bolsão de ar.
Jones arregalou os olhos temendo ser vítima do ataque do herói. Raios Estáticos fez algo que lhe pareceu estranho que foi salva-lo o jogando para cima de Crosby. O bolsão de ar que saiu do punho direito de Tornado tomou a forma de um punho composto de puro vento e este emitia pequenos ruídos dilacerantes. Raios Estáticos lançou os braços à frente e gritou:
-Bombardeio Violeta!
As esferas violetas de Raios Estáticos encontraram o golpe de vento do Tornado. Uma explosão próxima ao solo ocorreu e uma cortina de estilhaços, fumaça, dejetos e poeira se ergueu ante a rua quase deserta. Crosby se irritou com o corpo de Jones sobre si e o empurrou para longe. Tornado pensou ter ganho a luta, então foi ao chão verificar o estado dos civis. Jones desmaiou de emoção e estava detido por enquanto. Crosby começou a coçar a cabeça como se tivesse lembrando que não deveria estar naquele local. Tornado aproximou-se e disse:
-Você é certamente uma das pessoas mais estranhas que eu já vi.
-Ei? Me diz o que eu fiz? -disse Crosby coçando a cabeça.
-Parece que a explosão curou a bebedeira. Mas como você é um civil eu tenho de lhe aconselhar a sair daqui. O Raios Estáticos não seria derrotado com isso...
-Raios Estáticos?! -perguntou Crosby confuso.
-Sei que não vai entender nada sem tomar um café. Por isso vá para casa, tome um banho e um bom café e de preferência durma. -aconselhou Tornado.
-Não tenho casa não moço, mas obrigado! Me diz só uma coisa?
-O quê?
-Fiz alguma coisa errada? Machuquei alguém?
Tornado lembrou do mendigo batendo palmas ante as atrocidades do Raios Estáticos, mas respirou fundo e disse:
-Não. Apenas saía daqui antes que se machuque.
-Qual teu nome moço? -disse Crosby ainda coçando a cabeça com a ressaca.
-Eu sou o Tornado.
-Aquele herói?! Nossa! Prazer conhece-lo, finalmente tive alguma honra nesta vida. -disse Crosby com um ar inocente e um sorriso sincero. Tornado sentiu pena do infeliz, mas sentiu perigo ao redor dos dois, então disse:
-Por favor, agora é sério! Preciso que se afaste!
-Ora e porquê?! -gritou Raios Estáticos aparecendo com um salto. -Maldito Tornado! Converteu meu fã hein!
Crosby correu para uma esquina, mas Raios Estáticos com olhos pedindo sangue e um de seus braços ferido pela explosão apareceu á sua frente. O mendigo tremeu dos pés a cabeça sentindo ser a hora de sua morte. Tornado lançou um soco lateral no rosto do inimigo e um chute em sua costela. Raios Estáticos arrastou-se pelo asfalto e levantou-se prontamente lançando uma esfera violeta sobre Crosby, mas Tornado recebeu-a no peito no lugar do mendigo. Crosby continuou a correr para esquina. Raios Estáticos riu ao ver Tornado de joelhos através de seu golpe.
-Acho que vou matar meu ex-fã! Aproveite a morte desse infeliz Tornado! -disse Raios Estáticos erguendo o braço. Tornado gritou:
-Nem pensar!... Tornado Espiral!
Tornado reuniu o ar ao redor dos punhos e o fez girar em alta velocidade e sincronia criando um pequeno tornado a partir do solo que elevou o vilão às alturas enquanto diversos golpes laterais afetavam suas costelas e as costas. Crosby chegou a salvo na esquina. Tornado respirou aliviado. Raios Estáticos caiu sobre o capô de um carro destruindo parcialmente a parte da frente e destruindo o vidro. Tornado levantou e pensou “Será que Mão de Fogo resgatou a menina?! Droga! Tenho certeza que essa luta ainda não acabou”.


sábado, 23 de abril de 2011

Capitulo 15: Promessa cumprida




Capitulo 15: Promessa cumprida

Um homem de roupa vermelha salta por uma janela carregando uma criança em seus braços. Ele, um herói da cidade de San Cristo conhecido como Mão de Fogo. Ela, uma jovem que fora raptada de nome Eloíse. Mão de Fogo prometeu levar a criança até sua mãe, no entanto, teve diversos problemas combatendo alguns vilões antes de poder encontra-la. E só conseguiu salva-la das garras de um velho asqueroso e pedófilo com ajuda de outro herói chamado Tornado. Nesse momento, Mão de Fogo caminha com dificuldade por uma larga rua levando Eloíse pelo braço. Seu corpo muito ferido não para de lançar gotas de sangue ao asfalto. Eloíse preocupada com seu herói teme por sua morte. Mão de Fogo procurou tranquiliza-la dizendo que tudo ficaria bem. Mão de Fogo pensou “Não imagino como posso levar esta criança até sua mãe se nem mais consigo dar um salto. Minhas forças se esvaem e sinto meus sentidos se perderem a cada segundo... Parece que não terei escolha senão chama-los aqui...
Mão de Fogo retirou um anel com um vidro violeta na ponta e apontou para os céus. Eloíse ficou admirada da luz violeta que saiu do vidro iluminando o céu escuro da cidade. Ao lado das estrelas grande parte da cidade pôde observar um sinal que já os encheu de esperança e espirito de união no passado. Era o símbolo do heroísmo e da coragem de alguns cidadãos que agora era raramente visto. A cor violeta nos céus demonstrando a imagem de uma águia que abria suas asas para cidade, o símbolo do grupo denominado como Guardiões da Liberdade. Mão de Fogo lançou o sinal na esperança de que um grupo de antigos guardiões chamados de Curadores viessem salva-lo de sua dor e levar a jovem Eloíse de volta para casa. Sua ação continha um grande risco para os dois também, pois todo e qualquer vilão inimigo dos guardiões reconheceria o símbolo e viria atrás do herói seja ele qual fosse e em seu estado de saúde precário, o Mão de Fogo, nada poderia fazer.
Eloíse abraçou a perna de Mão de Fogo, pois ouviu um som ao longe. Mão de Fogo temeu se tratar de um vilão, porém, pensou “Caso um inimigo apareça, lutarei com toda pouca força que me resta para salvar a criança...” Mas para surpresa dos dois, um carro popular saiu em alta velocidade da escuridão e parou a poucos metros. Mão de Fogo estranhou o fato de ninguém sair do carro, procurou em seu interior a sua capacidade de gerar calor em sua mão direita e daí lançar fogo. Eloíse apertou ainda mais sua perna com medo do recém-chegado. Mão de Fogo em seu estado sentia cada aperto por menor
que fosse como uma dor lancinante. Um homem bem vestido saiu do carro e acenou para os dois animadamente. Mão de Fogo demorou para reconhecer a pessoa, franziu o cenho sob sua máscara e disse:
-Detetive?!
-Isso mesmo Mão de Fogo! Vai ficar parado aí sangrando ou vai entrar no meu carro. Apesar de que faz pouco tempo que mandei limpa-lo. -disse o detetive Hudson Carlton que estava a procura do herói.
Eloíse ao notar que Mão de Fogo conhecia o moço largou sua perna e ficou olhando os dois se olharem. Mão de Fogo caminhou com dificuldade e colocou Eloíse no carro. Hudson manteve um sorriso leve nos lábios de modo a acalmar a menina. Mão de Fogo entrou e Hudson foi rápido em dar a partida e correr pelas ruas do assombrado Quarto Distrito da cidade. Mão de Fogo se perguntou como uma pessoa comum como o detetive Hudson Carlton pôde ser o primeiro a atender seu chamado. O detetive pelo retrovisor do meio observou a expressão incrédula do herói e comentou:
-Parece intrigado com minha vinda. Pensei ter solicitado uma ajuda!
-Sim...Mas não esperava... você! -disse Mão de Fogo agonizando com a dor de suas feridas. Eloíse arregalou seus olhos de preocupação e tocou de leve o tronco de seu herói. Hudson aumentou a velocidade do carro para poder sair do Quarto Distrito, principalmente por julgar ter ouvido uma explosão ao longe. Mão de Fogo sabia que a explosão era da luta entre o herói Tornado, seu amigo e aliado, contra o vilão “Raios Estáticos”. Eloíse olhou para trás para ver se conseguia visualizar o herói de roupa verde, mas ficou decepcionada. Mão de Fogo sorriu ante a coragem da menina, por tudo que ela tinha passado e por se manter sem chorar até aquele momento.
-Preciso que me leve... ao Segundo Distrito para casa... dessa jovem. Aqui um papel com o endereço... -disse Mão de Fogo passando o papel com dificuldade sentindo seu braço arder por ergue-lo.
-Não será melhor leva-lo aos Curadores primeiro? -disse Hudson pegando o papel sem tirar os olhos do trânsito, pois entraram em uma rua movimentada.
-Não! Os Curadores... não aceitam pessoas que não sejam... heróis! -comentou Mão de Fogo olhando para Eloíse com preocupação. Eloíse não podia ver os olhos de seu herói, mas pôde sentir sua intensidade através de sua máscara.
-Os Curadores certamente abririam uma exceção, como abriram...
-Você é um herói também.
Hudson arregalou os olhos ante a noticia de que era um herói, pois até então pelo que sabia não passava de um conhecido detetive da cidade. Mão de Fogo confirmou com a cabeça o espanto causado por sua frase. Hudson respirou aliviado e com seus olhos mandou um agradecimento pelo reconhecimento. Eloíse sorriu ante o ar de paz que ficou dentro do carro popular.
-Não demorarei a chegar no local que deseja. Esse carro pode ser popular, mas cumpre o que diz quando se trata de velocidade.
-Moço? Oh moço? -pediu Eloíse.
-Sim! -disse Hudson prontamente.
-Meu herói vai ficar bem? Diz que ele vai ficar bem?
-Ficarei bem Eloíse! Não se preocupe... -disse Mão de Fogo cobrindo a boca, pois pareceu que ia tossir sangue. Pensou “Meus poderes de manipular o calor estão diminuindo. Logo não poderei mais conter o sangramento e aí terei poucos minutos de vida. Mas não posso deixar essas pessoas que se preocupam comigo saberem...
Eloíse começou a rezar com as mãos unidas. Hudson achou o gesto admirável, pois cada vez mais vinha pensando que Deus havia abandonado aquela cidade. Mão de Fogo encostou-se a poltrona para ficar mais confortável. Hudson começou:
-Mão de Fogo! Eu preciso de sua ajuda com uma coisa. Na verdade é um pedido de uma pessoa.
-O que é?
-Uma jovem mulher foi ao meu escritório para dizer que faria tudo para encontra-lo somente uma vez. Ela sofreu tanto na vida coitada que não pude recusar e por isso fui o primeiro acha-lo esta noite. Preciso que a encontre...
-Minha resposta é não!
-Mas?
-Eu disse não detetive! -disse Mão de Fogo abrindo os olhos rapidamente para depois fecha-los devido ao cansaço.
-Não entendo como um herói se mata a ponto de salvar uma criança e não realiza um inocente desejo de encontrar uma mulher a quem já salvou. Acredito que ela seja sua fã e sei, pois ela mesma contou, que você a salvou outro dia de dois caras que tentaram pega-la. -disse Hudson.
-Um herói que se preze dispensa agradecimentos.
-Nossa! Bem que me disseram que seria difícil conversar com você. -comentou Hudson.
-Por favor? -disse Eloíse interrompendo a conversa.
Mão de Fogo olhou-a calmamente e percebeu suas mãos unidas como se fosse rezar, seus olhos chorosos como se lhe pesasse uma grande tristeza e ao mesmo tempo mantinham o fogo da esperança. Hudson adentrou furiosamente o Segundo Distrito e já tinha uma vaga idéia de quem a jovem Eloíse era filha. Bem provável que fosse filha de uma famosa bióloga de uma família tradicional e antiga da cidade. Mão de Fogo disse para Hudson:
-Encontrarei a jovem que fala... mas farei isso por causa dessa menina...
Eloíse sorriu e praticamente pulou no pescoço do herói ignorando seus ferimentos. Mão de Fogo já tinha se esquecido do calor humano e gostou de saber que ainda existia inocência e bondade em uma pessoa. Hudson sentiu que parte de sua missão estava cumprida, então perguntou:
-Por acaso você tem visto o vilão Lançador de Adagas?
-Morto pelos Extremos.
Hudson ficou pasmo, pois sabia que ele era a melhor chance de conseguir tirar o importante doutor Marrou da cadeia. Mão de Fogo conhecia a história tão bem quanto o detetive e para tranquiliza-lo disse:
-Esqueça o Lançador de Adagas... Procure algum dos Extremos, pois com certeza estão envolvidos... Eles me deixaram assim.
-Quais deles? -perguntou Hudson.
-Fogo Grego, Cortador e Albatroz. Os três fugiram, mas graças a eles achei Eloíse.
-Pena que teve de pagar um alto preço pela informação.
-Há penas que valem o esforço de serem cumpridas. Assim como algumas promessas... -comentou Mão de Fogo.
-Quando tiver em melhor estado e puder procurar a minha cliente venha falar comigo no...
-No seu escritório! É, eu sei. -disse o herói de roupa vermelha.
-Chegamos! -disse Hudson parando o carro abruptamente.
A casa de Eloíse está rodeada de carros de polícia e oficiais caminham para todos os lados. O carro de Hudson chamou a atenção de todos pela forma como chegou. A mãe de Eloíse, Fabiana, pensou ter ouvido um grito de criança, então foi abrindo caminho entre os curiosos. Eloíse pulou do carro esquecendo o Mão de Fogo. Hudson foi verificar o estado do herói. Eloíse correu para os braços da mãe quando conseguiu visualiza-la. Fabiana abraçou-a e carregou aos céus girando em uma pequena valsa. Os policiais pularam de alegria, alguns curiosos começaram a derramar lágrimas de felicidade, alguns familiares de Eloíse chegaram perto das duas e tocaram os cabelos da jovem. Hudson retirou Mão de Fogo do carro. Os policiais ao reconhecerem o herói levaram as mãos as suas armas. Hudson ficou à frente temendo que eles começassem um ataque. Fabiana e Eloíse choravam de alegria enquanto a tensão chegava ao limite. Alguns oficiais perceberam as feridas e o sangue em Mão de Fogo e deixaram suas armas. Hudson disse em voz alta para todos:
-Este homem e herói salvou esta criança. Peço que deixem ele ir.
-Mas ele é um procurado da justiça detetive Carlton! -disse um oficial de bigode.
-O certo seria prendermos ele enquanto está assim fraco. -comentou outro.
-Não! -gritou Fabiana parando alguns policiais mais ousados.
Mão de Fogo já tinha relaxado com a missão cumprida e seu corpo parecia mais morto do que vivo. Hudson o mantinha de pé com dificuldade. Fabiana aproximou-se e apertou a mão de Mão de Fogo dizendo:
-Eu não tenho palavras para lhe agradecer o que fez por mim e por minha filha.
-Mãe! Ele é meu herói! -disse Eloíse.
-Ainda querem prender esse homem? -disse Hudson ameaçadoramente.
-Não hoje detetive. Hoje ele merece uma chance. -comentou o policial de bigode.
Fabiana e Eloíse abraçaram Mão de Fogo que se sentiu vivo de novo, seu corpo pareceu ganhar vida nova com aquele calor humano e gentil. Todos resolveram se aproximar para se unirem ao herói e as duas mulheres. Hudson se afastou um pouco para ver a sujeira no banco de trás deixada pelo herói e viu que este havia perdido uma quantidade considerável de sangue. Mão de Fogo sentiu uma presença estranha ao redor do local e parou de sentir o bom calor trazido pelas pessoas a seu lado. Um conjunto de explosões começaram a acontecer não muito distante da casa e os policiais correram para ver. A vontade de servir e proteger falou mais alto que a festa e o calor humano. Mão de Fogo afastou Fabiana e Eloíse carinhosamente. Fabiana o agarrou e o beijou na boca. Eloíse ficou impressionada e ao mesmo tempo feliz. Hudson saiu do carro e se deparou com a romântica cena não sabendo se ficava feliz ou triste, pois lembrou da jovem Glória Glen, uma apaixonada pelo Mão de Fogo. Fabiana queria continuar beijando o herói que retribuiu seu beijo com gentileza, mas este desapareceu diante de seus olhos. Hudson sentiu um vulto aparecer e desaparecer de repente. Os policiais voltaram correndo e encontraram Fabiana, Eloíse e Hudson abismados com o sumiço do herói.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Capitulo 14: Combate por uma criança



Capitulo 14: Combate por uma criança

Raios Estáticos, um vilão degenerado e que gosta de humilhar os fracos está diante de um dilema ao ter de enfrentar dois grandes heróis da cidade de San Cristo. Um deles é o Mão de Fogo, que possui a capacidade de manipular o calor de forma que consegue produzir chamas de sua mão direita. No entanto, está muito ferido de uma batalha anterior e seu corpo começa a perder os sentidos sendo que a única coisa que o mantém alerta é a promessa que fez a uma mãe desesperada de recuperar sua filha chamada Eloíse de apenas 8 anos que foi sequestrada pelos capangas de Charles Jones. O outro herói é conhecido como Tornado por sua capacidade de manipular o ar criando de fortes brisas a grandes tufões. Tornado apareceu para ajudar Mão de Fogo com sua promessa e admira sua força de vontade.
Charles Jones é um bandido sem nenhum caráter que utilizou seus capangas que trabalham originalmente a serviço de uma grande família mafiosa, a dos Patrick, para sequestrar Eloíse, filha de uma famosa bióloga, assim desejando ter dois resgates pela menina sendo sua galinha dos ovos de ouro. Um resgate seria pago pela mãe da menina e o outro pela pessoa que o mandou seqüestrá-la. No entanto, Raios Estáticos a serviço mercenário de Patrick foi obrigar Jones a lhe jurar lealdade, mas neste momento apareceram os heróis interessados em salvar a criança. Os capangas de Jones aturdidos com a presença de tantos seres famosos ficaram esperando as ordens do vilão. Jones, por sua vez imagina uma forma de fugir da ira de Raios Estáticos, mas sabe que será difícil devido a fama do vilão.
-O que estão esperando seus vermes! Atirem neles! -gritou Raios Estáticos fazendo os capangas reagirem. Mão de Fogo sentiu seus sentidos desaparecerem, mas antes de cair foi amparado por Tornado. Os capangas começaram a pegar suas armas, enquanto Raios Estáticos começou a juntar sua energia violeta ao redor dos braços planejando lançar um ataque aos heróis. Mão de Fogo cochichou:
-Tornado!... Cuide do Raios Estáticos lá fora... Cuidarei dos outros...
-Mas...
-Apenas faça!... Confie... em mim! -disse Mão de Fogo sentindo a voz faltar nas reticências.
Os capangas começaram a atirar. As balas voaram sobre os heróis que procuraram se esquivar utilizando elementos da sala para escapar como o lustre no teto, a porta de entrada, uma coluna lateral, uma cômoda e uma caixa de arquivos que se tornaram pedaços de queijo diante do volume de tiros recebidos. Mão de Fogo conseguiu sair ileso da saraivada, correu entre dois capangas que atiraram um no outro. Walters, um dos capangas mais ousados de Jones puxou Cooper e Bohnen para seu lado. Mão de Fogo viu de relance dois capangas caírem para trás. Raios Estáticos lançou sua esfera de energia violeta encontrando uma cortina de ar criada pelo Tornado. Os dois golpes colidiram formando uma pequena explosão no centro da sala. Os capangas correram assustados, Mão de Fogo rolou pelo chão vendo seu sangue respingar. Raios Estáticos usou o lustre destruído como impulso de forma a passar toda a confusão, então atacou Tornado com um chute duplo no tórax. Tornado rolou para a rua, enquanto Raios Estáticos tentou lançar outra esfera de energia que destruiu parte do asfalto, pois o herói escapou com uma cambalhota lateral. Os olhos negros penetrantes do vilão encontraram a ocultação definida pela máscara de carnaval verde com uma listra cinza do herói.
Charles Jones aproveitou a confusão para fugir, mas foi pego por um soco lateral de Walters que o deixou desmaiado no chão. Mão de Fogo mandou um lança-chamas que envolveu Bohnen fazendo os outros capangas ficarem amedrontados. Barrett tentou acalma-los com um grito de ordem, mas não o ouviram. Darnell correu para perto da escada onde se escondeu a jovem Eloíse, mas acabou se batendo com um jovem chamado Morison com uma aparência infantil. Os dois começaram uma briga particular sem motivo. Mão de Fogo acertou um lança-chamas no peito de um homem de boné vermelho o lançando sobre a cômoda com a metralhadora em punho. Walters rolando pelo chão verificou o estado do homem que morreu de olhos abertos. Bickford, um capanga baixinho que mais parecia um anão tentou atirar nas costas do herói, mas este pressentiu o ataque, então rodopiou como se estivesse dançando. Bickford atirou em um homem loiro de olhos verdes que morreu cuspindo sangue pela boca. Walters gritou de forma a ser ouvido:
-Se matarmos esse cara ficaremos famosos! Vamos gente!
Mão de Fogo guiou-se pelo som da voz de Walters, criou uma bola de fogo em sua mão direita e a lançou de lado. A bola de fogo passou à frente dos olhos de um homem obeso, de Bickford e depois pelas costas de Cooper indo acertar a costela esquerda de Walters. Bickford arregalou os olhos ao ver as chamas criadas no tronco de Walters que procurou apaga-las comicamente as assoprando com a ajuda do atrapalhado Cooper. Mão de Fogo percebeu que suas energias pareciam terminar e que talvez não pudesse lançar mais chamas como a que estava eliminando Walters. Darnell e Morison ainda trocavam socos no chão. Barrett chamou um homem musculoso de blusa vermelha manchada de azul com uma escopeta para tentar matar Mão de Fogo, mas este desapareceu ante as balas lançadas por Bickford, um homem obeso chamado Ruman e outro com uma cicatriz no rosto chamado Yurka. Os três eram os únicos que sustentavam fogo contra o herói que pareceu sumir com a cortina de fumaça. Walters definhou até a morte enquanto Cooper desesperado tentou fugir pela porta, mas recebeu um tiro na cabeça dado por Barrett que disse em seguida:
-Não iremos morrer sozinhos Cooper!
O homem musculoso acenou para Barrett mostrando que Jones estava acordando. Mão de Fogo se esgueirou por uma pilastra tentando sentir o momento certo para atacar. Eloíse tapava seus ouvidos para não ouvir os tiros que ecoavam pela sala. Morison recebeu uma facada na barriga dada por Darnell que andou agachado para se aproximar de Eloíse. A menina percebeu o velho asqueroso que tinha prazer em sodomizar a filha e depois fez o mesmo com a neta. Eloíse viu a maldade em seus olhos e rezou pedindo por sua mãe. Mão de Fogo percebeu o velho, mas não podia atingi-lo sem machucar a menina. Bickford, baixinho e esperto encontrou o herói com um grito animado. Barrett puxou duas pistolas e começou a destruir a pilastra. O homem musculoso usou sua escopeta abrindo um grande buraco na estrutura. Mão de Fogo correu pelo teto de cabeça para baixo, deu uma cambalhota segurando as pernas e terminou com um chute no pescoço do musculoso que largou sua escopeta ao chão. Barrett estava tão perto dele que escorregou. Mão de Fogo girou o corpo para escapar das balas lançadas por Bickford, Yurka e Ruman, então mandou um lança-chamas bem fraco para queimar os rostos de Barrett e do musculoso. Barrett levantou recebendo as chamas em seu rosto ficando completamente desfigurado e chorando de horror. O musculoso simplesmente faleceu antes de receber todo o impacto do golpe.
Jones escondeu-se na cozinha esperando a batalha terminar e rezando para que todos morressem nela, principalmente o odioso Raios Estáticos que o humilhou tanto. Eloíse tentou subir as escadas sendo detida pelo velho Darnell que arranhava suas pernas desejando toca-la. Mão de Fogo segurou seu tórax escondido atrás de um arquivo, enquanto respirava com dificuldade. Bickford, Yurka e Ruman continuavam tentando mata-lo. Barrett tentando recuperar seu rosto o coçou retirando grande parte da pele que caiu sobre o tapete em uma cena de grande nojeira. Os três atiradores não pararam de destruir o armário onde todos sonhavam ter uma arma de maior calibre para poder mandar o herói desta para melhor. Do lado de fora da casa se ouviam vozes e algumas explosões da batalha entre Raios Estáticos e Tornado. [Essa batalha será mostrada detalhadamente em outro capítulo]
Mão de Fogo respirou fundo, calculou aproximadamente onde estão seus inimigos, encheu o arquivo que o protegia de fogo, criando uma espécie de armário retangular de fogo e metal queimado, então chutou a estrutura sobre os três atiradores. Yurka e Ruman foram lentos e acabaram esmagados pelo móvel. Bickford perdeu sua mão direita ao tentar escapar do ataque. Mão de Fogo observou que o baixinho perdeu sua mão ao rolar pelo chão destruído. Bickford ouviu um gemido na cozinha e foi para lá correndo, mas recebeu um lança-chamas nas costas que o jogou ao teto inicialmente e depois caindo de buços no chão. Eloíse fugiu de Darnell e atingiu o andar superior. Mão de Fogo sentiu os sentidos desaparecerem de repente e caiu de buços perto do corpo de Bickford.
Eloíse chegou ao quarto onde ficou trancada por algum tempo. Darnell a seguiu enquanto gritava no corredor:
-Você vai ser minha menina! Agora vai sim! Só minha!
A baba do velhote caía pela camisa amarrotada fazendo aflorar ainda mais seus repulsivos desejos. Eloíse tentou trancar a porta do quarto, mas Darnell a abriu com um chute fazendo a jovem cair no tapete com as pernas abertas. Darnell achou que era um convite a um banquete, então seus lábios se moveram sentindo o gosto da felicidade no ar, mostrando assim seus dentes que estavam quase caindo. Eloíse arregalou os olhos ao ver o velho se agachar com olhos de maníaco, pensou em correr, mas suas perninhas não a obedeciam, pensou em sua mãe, mas o medo tomou conta de seu espírito e isso a levou a paralisia total. Darnell saboreou o pânico da garota e suas mãos trêmulas sacudiam ao sabor do vento enquanto a luz da lua penetrava o escuro ambiente. Eloíse derramou lágrimas para demonstrar sua rejeição e pediu perdão a mãe por todas as suas desobediências e malcriações. Darnell ergueu o vestido de Eloíse e pacientemente procurou puxar sua calcinha. Eloíse procurou forças em seu coração e gritou:
-Alguém me ajude!
Darnell colocou o dedo em sua própria boca incentivando o silêncio, enquanto seus olhos brilhavam de emoção e desejo ao ver as perninhas da jovem se abrindo ainda mais, então disse:
-Ninguém vai te ajudar delicinha! É toda minha!
Darnell aumentou seu sorriso mostrando chegar a um êxtase de perversidade inimaginável a uma pessoa comum. Eloíse derramava suas lágrimas sentindo o fim chegar. Darnell puxou violentamente a calcinha da jovem e esta soltou um grito abafado em meio ao choro, então o chão tremeu, uma luz pareceu ecoar por toda a sala vindo do assoalho. Eloíse viu as cores na escuridão e se sentiu mais viva. Darnell começou a ficar preocupado, seus olhos se arregalaram no momento exato em que uma explosão ao lado dos dois revelou a figura ensaguentada mais perigosa do Mão de Fogo. Darnell tremeu ante a figura do herói e pulou de Eloíse como um cachorro assustado. Mão de Fogo apareceu no andar superior usando o calor que controla para impulsionar seu corpo para cima e com um soco destruiu o assoalho e a laje da casa de modo a encarar seu inimigo. Darnell cambaleou pelo chão demonstrando agora uma baba cheia de medo. Mão de Fogo caminhou ameaçadoramente para o velhote e apontou o dedo indicador. Eloíse respirou aliviada ao ser salva, então correu para debaixo da cama. Darnell balançou a cabeça negativamente e sua mente perdia um falso perdão por suas maldades. Mão de Fogo captou essa intenção de blasfêmia em seu repugnante olhar, então colocou seu punho em preparo e deu um forte soco na barriga do velho. Darnell cuspiu saliva, sangue e dentes enquanto seus olhos se arregalaram com a terrível dor que lhe acossava. Mão de Fogo o carregou e o jogou para perto da janela, fazendo Darnell quebrar algumas costelas. O velhote se arrastou temendo o próximo movimento do herói. Mão de Fogo disse:
-Não irei mata-lo aqui velhote por causa da menina. Ela não merece ver isso! Mas não te deixarei impune!... Tome isto!
Mão de Fogo lançou um pequeno lança-chamas sobre os olhos de Darnell. Este levou as mãos ao rosto e gritou de terror, então perdeu o equilíbrio do corpo, sentiu o chão faltar e caiu pela janela quebrando o vidro. Mão de Fogo tentou nivelar sua raiva para não assustar ainda mais a criança. Eloíse se aproximou timidamente e o herói se agachou como um cavaleiro e lhe disse:
-Vim te levar para casa em nome de uma promessa que fiz... a sua mãe!
-Mamãe... -disse Eloíse chorando enquanto correu para abraçar o herói ferido. Mão de Fogo não se importou com o aumento da dor, até porque diante de tantos perigos estava próximo de cumprir o que foi prometido.

Darnell abriu seus asquerosos olhos dando de encontro com a beleza das estrelas, sem contudo, poder admira-las. O velhote sentia seu corpo doer em várias partes, sobretudo nas costelas e nos olhos. Então se deu conta que não tinha mais seus olhos, que eles foram levados pelo Mão de Fogo quando estava tão perto de pegar sua tão desejada delicinha. O velhote ergueu-se tateando uma parede e tentando usar seus outros sentidos. Seus ouvidos captaram um estranho ruído que mais parecia uma cobra a rastejar no asfalto. Darnell observou que seria uma cobra e tanto para fazer tamanho barulho. Caminhou segurando a parede e odiando o Mão de Fogo em cada passo. Lembrou de seus colegas, os capangas de Jones, e viu alguns de seus rostos mortos em uma batalha cruel, mas não sentiu pena deles, pois nenhum deles teve o mesmo destino horrendo que teve, o destino insólito de ficar cego. Os rangidos aumentaram até o momento que sentiu seu corpo ser erguido aos céus e seja o que for o parou de cabeça para baixo a meia altura. Uma voz metálica lembrando a de um computador soou forte na esquina:
-Você irá servir ao meu propósito!
-Não! -gritou Darnell sendo levado por uma criatura que julgou ter seis braços de acordo com o que sentia sua pele. Darnell pensou “É tudo culpa sua Mão de Fogo! Culpa sua!