domingo, 31 de julho de 2011

Capitulo 19: A Derrota de Raios Estáticos




Capitulo 19: A derrota de Raios Estáticos

William Humphrey não acreditava no que seus olhos observavam. Uma luz violeta se chocando contra o vento e ocasionando uma explosão que o fez tremer até a espinha. Dois seres poderosos se encarando apesar do cansaço. Um com olhos cheios de ódio e um sorriso sarcástico. Outro com a face coberta por uma máscara de carnaval verde, praticamente de joelhos e com faíscas roxas brotando de seu ombro. Nunca tinha se importado com a violência da cidade de San Cristo, mas quando esta bate a sua porta as suas perspectivas mudam abruptamente. Agora, no terceiro andar de seu apartamento com um copo de cerveja caindo de suas mãos temia por sua vida.
Tornado sentia suas forças se esvaírem, pois seu último esforço em proteger o bandido Charles Jones da maldade de Raios Estáticos o enfraqueceu. Enquanto isso, o vilão mesmo cansado queria cumprir sua missão. Charles Jones ainda assustado procurava uma esquina onde pudesse se enfiar. O mendigo Crosby ao lado de uma dona de casa chamada Dora observavam a luta com apreensão. William ficou pasmo com a quantidade de viaturas que se dirigiam ao local e de cima podia vê-las se aproximando.
-Parece que nossa luta será interrompida Tornado. -disse Raios Estáticos.
-Não será. Te derrotarei antes deles chegarem. -disse Tornado apertando um braço com a mão, pois as faíscas queriam derruba-lo.
-Acho que a minha Onda Estática Convulsiva está fazendo efeito. Seu corpo irá ficar paralisado e como irá proteger esses civis tolos. Posso começar matando a mãe e o menino que você tanto queria salvar. -comentou Raios Estáticos dando alguns passos em direção ao herói.
-Não permitirei... Que isso aconteça. -disse Tornado fraquejando nas reticências.
-Apenas me faça um favor: Morra! -gritou Raios Estáticos lançando uma onda de esferas violetas sobre Tornado. O herói esquivou com um salto e uma cambalhota em pleno ar, caindo próximo ao vilão e o golpeando com uma sequência de chutes no rosto. Raios Estáticos tateou, recuperou o equiíbrio, então passou uma rasteira em Tornado. Dora levou as mãos a boca. William aproximou-se da janela. Tornado ergueu-se flexionando suas pernas para baixo e voltando a ficar em pé. Raios Estáticos soltou um chute lateral acertando as costelas do herói que rodopiou. Crosby pensou em ajudar o herói, mas sentiu medo. Charles Jones levantou-se e começou a correr. Tornado e Raios Estáticos trocavam socos e pontapés, procurando brechas para derrubar rapidamente seu adversário. Os dois se mantinham focados em suas defesas, por isso não deixavam aberturas. Raios Estáticos conseguiu um soco direto no peito do herói, porém Tornado acertou um chute na banda direita do rosto do vilão. Eleonora abraçada a Alex não tinha forças para falar, pois ficou entre amedrontada e admirada pela coragem do Tornado.
As sirenes da policia se apresentavam cada vez mais perto. Raios Estáticos empurrou Tornado e saltou para janela de um prédio. Tornado o seguiu e os dois voltaram a trocar socos. Crosby suspirou ao ver Tornado receber um soco no estômago. Dora sorriu ao ver Raios Estáticos receber um gancho de direita e rodopiar no ar antes de recuperar o equilíbrio em cima de um poste. Os carros chegaram e os policiais apontaram suas armas para as duas criaturas em cima do poste. Um dos oficiais gritou:
-Raios Estáticos você está preso!
-Cale-se policial idiota. Me deixe terminar com este bastardo aqui que depois pegarei vocês. Não se apressem em morrer. -comentou Raios Estáticos fazendo os policiais estremecerem.
-O que estão fazendo policiais? Eles são aberrações! -gritou uma mulher numa janela abaixo da de William.
-Ei vadia?! Quem é a aberração? -disse Raios Estáticos defendendo um chute lateral de Tornado e depois um soco que acertaria seu pescoço.
-Tornado jogue-o no chão que iremos prendê-lo! -disse um policial.
-A polícia precisando da ajuda de um renegado. Nossa! Onde o mundo foi parar! -comentou uma senhora curiosa numa esquina próxima.
William não estava gostando dos protestos diante do esforço do herói em parar o vilão, mas temia que algo pudesse acontecer consigo caso protegesse um renegado como o herói Tornado. Raios Estáticos lançou uma esfera violeta que o herói desviou criando uma rajada de vento. No entanto a esfera acertou um muro que desabou em uma pilha de entulhos revelando uma casa onde um casal se beijava loucamente. Alguns policiais ficaram distraídos com a sacanagem que ocorria. William se surpreendeu ao ver o casal semi-nu, mas voltou os olhos para batalha. Tornado com uma rajada empurrou Raios Estáticos para o chão, mas este com um salto caiu em pé e irritado por ser desviado do seu lugar. Um policial com um cassetete em punho atacou o vilão. Raios Estáticos pegou seu braço e socou duas vezes suas costelas e depois o rosto. O policial desmaiou enquanto Tornado caía sobre Raios Estáticos. Tornado prendeu suas mãos, mas esqueceu de prender os pés, por isso o vilão o jogou para o lado com uma joelhada. Raios Estáticos teve de repelir uma saraivada de tiros que vieram em sua direção, sendo que para isso se moveu rapidamente utilizando sua agilidade fora do comum. Tornado para não ser atingido fez o mesmo rolando pelo asfalto e levantando-se apenas próximo de um hidrante. Crosby empurrou Dora para uma marquise. Eleonora ergueu uma mesa e colocou Alex protegido por ela. William sentiu que estava vendo um filme faltando apenas uma música de ação.
Raios Estáticos aproximou-se dos policiais e lançou duas rajadas: Uma das rajadas explodiu uma das viaturas derrubando quatro policias com o impacto. A outra acertou um policial que desorientado acertou um tiro numa colega, mas felizmente a bala acertou o ombro. Tornado sabia que os policias não teriam a menor chance, por isso fechou os olhos com a distração do vilão procurando concentração para mover uma maior quantidade de ar. William ficou apreensivo com o fim da batalha e deixou seu copo de vidro cair ao ver Raios Estáticos erguendo um policial com apenas uma mão e o lançando sobre outro. Um policial tentou um ataque pelas costas, mas seu medo fez as balas passarem distante. Raios Estáticos lançou uma esfera de energia que fez o homem ir parar a metros do local. Tornado chamou a atenção do vilão com um assobio, então gritou:
-Tornado Espiral!
Das mãos do herói surgiu uma ventania que rapidamente tomou conta da rua. Crosby abraçou Dora para protegê-la. Eleonora com olhos tímidos observou o ar em sua sala ficar mais rarefeito. William com sua visão privilegiada notou que um bolsão de ar apareceu nas mãos do herói e voou para Raios Estáticos. O vilão foi erguido aos céus podendo ver estrelas em seu caminho. Os policiais correram para ajudar seus feridos enquanto Raios Estáticos voltava de sua viagem caindo lentamente sobre uma pilha de entulhos. O som do impacto alarmou a todos na rua, até mesmo Tornado que disse:
-Essa deve ter doído!
Os policiais correram para prender Raios Estáticos torcendo que isto o tenha pelo menos colocado para dormir. Tornado parou os homens com um grito e um aceno de mão:
-Não se aproximem! Chamem a Força de Segurança! Ele é demais para vocês.
Os policiais nem quiseram discutir. O oficial chamou a Força de Segurança depois de contatar a central. Um policial aproximou-se de Tornado e disse:
-É melhor você ir embora. A Força de Segurança prenderá qualquer um que não seja humano. E como nos ajudou acho que devemos uma, por isso corra!
Tornado aproveitou e saltou sobre um prédio dando a William uma visão animalesca, pois o herói pareceu um macaco. Tornado escalou o prédio de quatro andares e sumiu por seu teto. William viu os policiais começando a cuidar dos presentes e feridos, mas deixaram um deles escapar, este foi o bandido Charles Jones que se ficasse seria preso por diversos crimes.
Charles Jones entrou na esquina mais escura que encontrou enquanto ouvia a chegada dos helicopteros da Força de Segurança. Preocupou-se com a idéia de que o Tornado o estaria seguindo, mas duas pessoas o observavam com facilidade. Uma era o jovem William Humphrey e sua curiosidade com os acontecimentos. Outro, era um ser sinistro escondido na escuridão que o bandido tanto usava para se ocultar. Charles só descansou sua corrida após atravessar dois quarteirões e sentir uma segurança. Porém, seus sentidos o enganaram. Um homem num sobretudo preto o pegou pelo pescoço e o encostou na parede. Charles temeu por sua vida, enquanto o homem disse calmamente:
-Não fez o serviço que eu pedi, por isso terá de pagar!
-Mas eu sequestrei a menina! Eu quase...
-Não existe quase para mim. Você falhou comigo como falhou com os Patrick. É uma criatura que merece morrer, mas farei outra coisa...
-O quê?! -disse Charles Jones quase chorando de medo.
-Já que não consegue pegar nada. Acho que não precisa de seus braços! -disse o homem puxando os braços de Jones de sua carne. O sangue inundou a esquina escura e só a Lua mostrava os horrores de uma maldade cruel.
Jones perdeu seus braços levados pelo misterioso homem, então gritou com a morte que se aproximava. Deitou-se no asfalto frio esperando a morte e relembrando todas as maldades que já fizera na vida. Sentiu sua vida desaparecer no sangue que escorria. Passos calmos chegaram a si e uma voz divertida chamou-lhe atenção:
-Quer viver cara?! Tenho a solução! É só se entregar de corpo e alma!
-Ahn! -disse Jones sem forças para responder, mas acenando com a cabeça querendo viver.
O homem carregou Jones que não reconheceu seu salvador, mas pensou lá no fundo que não importava quem era e que só queria viver. Jones estava prestes a desmaiar quando viu uma porca rolar pelo chão e encostar perto de um bueiro. Finalmente adentrou completamente a escuridão que desejara.

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