sábado, 23 de abril de 2011

Capitulo 15: Promessa cumprida




Capitulo 15: Promessa cumprida

Um homem de roupa vermelha salta por uma janela carregando uma criança em seus braços. Ele, um herói da cidade de San Cristo conhecido como Mão de Fogo. Ela, uma jovem que fora raptada de nome Eloíse. Mão de Fogo prometeu levar a criança até sua mãe, no entanto, teve diversos problemas combatendo alguns vilões antes de poder encontra-la. E só conseguiu salva-la das garras de um velho asqueroso e pedófilo com ajuda de outro herói chamado Tornado. Nesse momento, Mão de Fogo caminha com dificuldade por uma larga rua levando Eloíse pelo braço. Seu corpo muito ferido não para de lançar gotas de sangue ao asfalto. Eloíse preocupada com seu herói teme por sua morte. Mão de Fogo procurou tranquiliza-la dizendo que tudo ficaria bem. Mão de Fogo pensou “Não imagino como posso levar esta criança até sua mãe se nem mais consigo dar um salto. Minhas forças se esvaem e sinto meus sentidos se perderem a cada segundo... Parece que não terei escolha senão chama-los aqui...
Mão de Fogo retirou um anel com um vidro violeta na ponta e apontou para os céus. Eloíse ficou admirada da luz violeta que saiu do vidro iluminando o céu escuro da cidade. Ao lado das estrelas grande parte da cidade pôde observar um sinal que já os encheu de esperança e espirito de união no passado. Era o símbolo do heroísmo e da coragem de alguns cidadãos que agora era raramente visto. A cor violeta nos céus demonstrando a imagem de uma águia que abria suas asas para cidade, o símbolo do grupo denominado como Guardiões da Liberdade. Mão de Fogo lançou o sinal na esperança de que um grupo de antigos guardiões chamados de Curadores viessem salva-lo de sua dor e levar a jovem Eloíse de volta para casa. Sua ação continha um grande risco para os dois também, pois todo e qualquer vilão inimigo dos guardiões reconheceria o símbolo e viria atrás do herói seja ele qual fosse e em seu estado de saúde precário, o Mão de Fogo, nada poderia fazer.
Eloíse abraçou a perna de Mão de Fogo, pois ouviu um som ao longe. Mão de Fogo temeu se tratar de um vilão, porém, pensou “Caso um inimigo apareça, lutarei com toda pouca força que me resta para salvar a criança...” Mas para surpresa dos dois, um carro popular saiu em alta velocidade da escuridão e parou a poucos metros. Mão de Fogo estranhou o fato de ninguém sair do carro, procurou em seu interior a sua capacidade de gerar calor em sua mão direita e daí lançar fogo. Eloíse apertou ainda mais sua perna com medo do recém-chegado. Mão de Fogo em seu estado sentia cada aperto por menor
que fosse como uma dor lancinante. Um homem bem vestido saiu do carro e acenou para os dois animadamente. Mão de Fogo demorou para reconhecer a pessoa, franziu o cenho sob sua máscara e disse:
-Detetive?!
-Isso mesmo Mão de Fogo! Vai ficar parado aí sangrando ou vai entrar no meu carro. Apesar de que faz pouco tempo que mandei limpa-lo. -disse o detetive Hudson Carlton que estava a procura do herói.
Eloíse ao notar que Mão de Fogo conhecia o moço largou sua perna e ficou olhando os dois se olharem. Mão de Fogo caminhou com dificuldade e colocou Eloíse no carro. Hudson manteve um sorriso leve nos lábios de modo a acalmar a menina. Mão de Fogo entrou e Hudson foi rápido em dar a partida e correr pelas ruas do assombrado Quarto Distrito da cidade. Mão de Fogo se perguntou como uma pessoa comum como o detetive Hudson Carlton pôde ser o primeiro a atender seu chamado. O detetive pelo retrovisor do meio observou a expressão incrédula do herói e comentou:
-Parece intrigado com minha vinda. Pensei ter solicitado uma ajuda!
-Sim...Mas não esperava... você! -disse Mão de Fogo agonizando com a dor de suas feridas. Eloíse arregalou seus olhos de preocupação e tocou de leve o tronco de seu herói. Hudson aumentou a velocidade do carro para poder sair do Quarto Distrito, principalmente por julgar ter ouvido uma explosão ao longe. Mão de Fogo sabia que a explosão era da luta entre o herói Tornado, seu amigo e aliado, contra o vilão “Raios Estáticos”. Eloíse olhou para trás para ver se conseguia visualizar o herói de roupa verde, mas ficou decepcionada. Mão de Fogo sorriu ante a coragem da menina, por tudo que ela tinha passado e por se manter sem chorar até aquele momento.
-Preciso que me leve... ao Segundo Distrito para casa... dessa jovem. Aqui um papel com o endereço... -disse Mão de Fogo passando o papel com dificuldade sentindo seu braço arder por ergue-lo.
-Não será melhor leva-lo aos Curadores primeiro? -disse Hudson pegando o papel sem tirar os olhos do trânsito, pois entraram em uma rua movimentada.
-Não! Os Curadores... não aceitam pessoas que não sejam... heróis! -comentou Mão de Fogo olhando para Eloíse com preocupação. Eloíse não podia ver os olhos de seu herói, mas pôde sentir sua intensidade através de sua máscara.
-Os Curadores certamente abririam uma exceção, como abriram...
-Você é um herói também.
Hudson arregalou os olhos ante a noticia de que era um herói, pois até então pelo que sabia não passava de um conhecido detetive da cidade. Mão de Fogo confirmou com a cabeça o espanto causado por sua frase. Hudson respirou aliviado e com seus olhos mandou um agradecimento pelo reconhecimento. Eloíse sorriu ante o ar de paz que ficou dentro do carro popular.
-Não demorarei a chegar no local que deseja. Esse carro pode ser popular, mas cumpre o que diz quando se trata de velocidade.
-Moço? Oh moço? -pediu Eloíse.
-Sim! -disse Hudson prontamente.
-Meu herói vai ficar bem? Diz que ele vai ficar bem?
-Ficarei bem Eloíse! Não se preocupe... -disse Mão de Fogo cobrindo a boca, pois pareceu que ia tossir sangue. Pensou “Meus poderes de manipular o calor estão diminuindo. Logo não poderei mais conter o sangramento e aí terei poucos minutos de vida. Mas não posso deixar essas pessoas que se preocupam comigo saberem...
Eloíse começou a rezar com as mãos unidas. Hudson achou o gesto admirável, pois cada vez mais vinha pensando que Deus havia abandonado aquela cidade. Mão de Fogo encostou-se a poltrona para ficar mais confortável. Hudson começou:
-Mão de Fogo! Eu preciso de sua ajuda com uma coisa. Na verdade é um pedido de uma pessoa.
-O que é?
-Uma jovem mulher foi ao meu escritório para dizer que faria tudo para encontra-lo somente uma vez. Ela sofreu tanto na vida coitada que não pude recusar e por isso fui o primeiro acha-lo esta noite. Preciso que a encontre...
-Minha resposta é não!
-Mas?
-Eu disse não detetive! -disse Mão de Fogo abrindo os olhos rapidamente para depois fecha-los devido ao cansaço.
-Não entendo como um herói se mata a ponto de salvar uma criança e não realiza um inocente desejo de encontrar uma mulher a quem já salvou. Acredito que ela seja sua fã e sei, pois ela mesma contou, que você a salvou outro dia de dois caras que tentaram pega-la. -disse Hudson.
-Um herói que se preze dispensa agradecimentos.
-Nossa! Bem que me disseram que seria difícil conversar com você. -comentou Hudson.
-Por favor? -disse Eloíse interrompendo a conversa.
Mão de Fogo olhou-a calmamente e percebeu suas mãos unidas como se fosse rezar, seus olhos chorosos como se lhe pesasse uma grande tristeza e ao mesmo tempo mantinham o fogo da esperança. Hudson adentrou furiosamente o Segundo Distrito e já tinha uma vaga idéia de quem a jovem Eloíse era filha. Bem provável que fosse filha de uma famosa bióloga de uma família tradicional e antiga da cidade. Mão de Fogo disse para Hudson:
-Encontrarei a jovem que fala... mas farei isso por causa dessa menina...
Eloíse sorriu e praticamente pulou no pescoço do herói ignorando seus ferimentos. Mão de Fogo já tinha se esquecido do calor humano e gostou de saber que ainda existia inocência e bondade em uma pessoa. Hudson sentiu que parte de sua missão estava cumprida, então perguntou:
-Por acaso você tem visto o vilão Lançador de Adagas?
-Morto pelos Extremos.
Hudson ficou pasmo, pois sabia que ele era a melhor chance de conseguir tirar o importante doutor Marrou da cadeia. Mão de Fogo conhecia a história tão bem quanto o detetive e para tranquiliza-lo disse:
-Esqueça o Lançador de Adagas... Procure algum dos Extremos, pois com certeza estão envolvidos... Eles me deixaram assim.
-Quais deles? -perguntou Hudson.
-Fogo Grego, Cortador e Albatroz. Os três fugiram, mas graças a eles achei Eloíse.
-Pena que teve de pagar um alto preço pela informação.
-Há penas que valem o esforço de serem cumpridas. Assim como algumas promessas... -comentou Mão de Fogo.
-Quando tiver em melhor estado e puder procurar a minha cliente venha falar comigo no...
-No seu escritório! É, eu sei. -disse o herói de roupa vermelha.
-Chegamos! -disse Hudson parando o carro abruptamente.
A casa de Eloíse está rodeada de carros de polícia e oficiais caminham para todos os lados. O carro de Hudson chamou a atenção de todos pela forma como chegou. A mãe de Eloíse, Fabiana, pensou ter ouvido um grito de criança, então foi abrindo caminho entre os curiosos. Eloíse pulou do carro esquecendo o Mão de Fogo. Hudson foi verificar o estado do herói. Eloíse correu para os braços da mãe quando conseguiu visualiza-la. Fabiana abraçou-a e carregou aos céus girando em uma pequena valsa. Os policiais pularam de alegria, alguns curiosos começaram a derramar lágrimas de felicidade, alguns familiares de Eloíse chegaram perto das duas e tocaram os cabelos da jovem. Hudson retirou Mão de Fogo do carro. Os policiais ao reconhecerem o herói levaram as mãos as suas armas. Hudson ficou à frente temendo que eles começassem um ataque. Fabiana e Eloíse choravam de alegria enquanto a tensão chegava ao limite. Alguns oficiais perceberam as feridas e o sangue em Mão de Fogo e deixaram suas armas. Hudson disse em voz alta para todos:
-Este homem e herói salvou esta criança. Peço que deixem ele ir.
-Mas ele é um procurado da justiça detetive Carlton! -disse um oficial de bigode.
-O certo seria prendermos ele enquanto está assim fraco. -comentou outro.
-Não! -gritou Fabiana parando alguns policiais mais ousados.
Mão de Fogo já tinha relaxado com a missão cumprida e seu corpo parecia mais morto do que vivo. Hudson o mantinha de pé com dificuldade. Fabiana aproximou-se e apertou a mão de Mão de Fogo dizendo:
-Eu não tenho palavras para lhe agradecer o que fez por mim e por minha filha.
-Mãe! Ele é meu herói! -disse Eloíse.
-Ainda querem prender esse homem? -disse Hudson ameaçadoramente.
-Não hoje detetive. Hoje ele merece uma chance. -comentou o policial de bigode.
Fabiana e Eloíse abraçaram Mão de Fogo que se sentiu vivo de novo, seu corpo pareceu ganhar vida nova com aquele calor humano e gentil. Todos resolveram se aproximar para se unirem ao herói e as duas mulheres. Hudson se afastou um pouco para ver a sujeira no banco de trás deixada pelo herói e viu que este havia perdido uma quantidade considerável de sangue. Mão de Fogo sentiu uma presença estranha ao redor do local e parou de sentir o bom calor trazido pelas pessoas a seu lado. Um conjunto de explosões começaram a acontecer não muito distante da casa e os policiais correram para ver. A vontade de servir e proteger falou mais alto que a festa e o calor humano. Mão de Fogo afastou Fabiana e Eloíse carinhosamente. Fabiana o agarrou e o beijou na boca. Eloíse ficou impressionada e ao mesmo tempo feliz. Hudson saiu do carro e se deparou com a romântica cena não sabendo se ficava feliz ou triste, pois lembrou da jovem Glória Glen, uma apaixonada pelo Mão de Fogo. Fabiana queria continuar beijando o herói que retribuiu seu beijo com gentileza, mas este desapareceu diante de seus olhos. Hudson sentiu um vulto aparecer e desaparecer de repente. Os policiais voltaram correndo e encontraram Fabiana, Eloíse e Hudson abismados com o sumiço do herói.

3 comentários:

  1. Bom Dia,
    Vim para desejar-te um ótimo domingo de ressuireção para ti!
    Beijo grande.

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  2. Acho uqe a pior dor que uma mãe pode sentir é ter seu filho roubado de si, que bom que apesar de toda dor e dificuldade do nosso heroi ele conseguiu deixar Eloise nos braços de sua mãe.
    Feliz páscoa!
    Beijossss

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  3. olá de novo! Adorei o final, mas o q aconteceu com o Mão de Fogo? "assim eu fico com urticária de tanta curiosidade" gente tomara q o tornado esteja bem tbm... Muito bom!
    bom... voltando a minha história, meus vampiros não odeiam as coisas sagradas, acho a criação de Dracula do Stoker um ótimo romance, mas um tanto pesado, onde ele debateu questões religiosas, voltando a anne rice vc percebe em "O Vampiro Armand" o qto ele admirava a arte sacra e como conduzia sua arte, uma vez q ele próprio era um artista. Enqto a solidão, bom é um preço a se pagar, mas não eternamente, lembrei-me q no começo vc tinha comentado q achara Maxine a personagem q mais parecia-se comigo, bom, tdas tem um pouco da minha essência, sou a criadora, mas sempre procurei dar-lhes personalidades próprias e tentei deixá-las marcantes, Maxine não é vazia, ao contrário, ela é cheia de vida, é tão pulsante qto seu coração, é livre das amarras de uma sociedade hipócrita (cidade q vive) e foi exatamente isso q chamou a atenção de Natanael, ah! sim eu sei q natanael é um nome de anjo, muito comum o uso deles nos séculos passados, qto a caçar humanos, tomo o cuidado para q eles apenas alimentem-se de malfeitores, nunca inocentes, por isso recusava-se a tomar o sangue de Maxine.
    Bom, agora é aguardar o final, q será postado na sexta-feira, postei na 4ª essa semana por conta da semana Santa.
    Bjos se cuida e tenha uma linda semana.
    PS: FELIZ PÁSCOA!!!

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