quinta-feira, 2 de junho de 2011

Capitulo 18: Uma nova razão para viver



Capitulo 18: Uma nova razão para viver

Eleonora Wings está sentada observando seu filho especial quando exclama para o vento:
-Que droga de vida!
Eleonora é uma mulher batalhadora que passou anos cuidando de seu filho que possui retartado mental, onde apesar de ter 20 anos em idade física, apresenta um intelecto de uma criança de 6 anos. Eleonora pensou no passado quando tinha um marido maravilhoso que sempre a levava para dançar nas boates da cidade. Ele, um oficial da Marinha e ela apenas uma estudante. O namoro foi tão simples e gentil, existia pureza e inocência, tanto que ele demorou muito tempo para poder beija-la. A cidade era protegida por heróis que vagueavam pelas ruas pelo dia e pela noite e os bandidos e vilões se escondiam, mas ao olhar o telejornal que passa na televisão à frente, ela procurou imaginar como as coisas mudaram tanto. Seus pensamentos voaram, “Como eu pude ser tão feliz e agora... Agora só tenho um filho que não irá poder cuidar de mim em minha velhice. E quem cuidará dele quando eu morrer? Pobre Alex! Tão tímido e medroso. Dificilmente se acostumaria com uma mãe nova”.
Eleonora interrompeu seus devaneios para observar seu menino brincando com um carrinho vermelho e lembrou de um doce momento em sua vida, quando seu marido dirigia um carro de mesma cor e a levou para um piquenique no parque. Lembrou de seu toque em seus cabelos, atrás da nuca onde se encolhia como uma gatinha, a forma como a olhava como se tivesse toda a compreensão do seu ser. Eleonora sempre soube que não encontraria homem igual. Quando sua criança nasceu, ele lhe deu as forças que precisava para encarar o problema de frente. Mesmo com o trabalho árduo na Marinha não a abandonava, mas quando teve de abandonar foi definitivamente, pois o perdeu num acidente de carro, o mesmo carro vermelho das alegrias que agora repousava em miniatura nas mãos de seu filho. Alex deixou o carrinho e Eleonora abandonou as lembranças para se erguer do sofá e olhar a foto do marido sorrindo no parque emoldurada na parede da sala. Alex murmurou algo incompreensível e nesse grunhido distante sua mãe o acompanhou num lamento profundo que se tornou choro. Eleonora observou o filho e sentiu vontade de não tê-lo ou de abandona-lo, queria que seu marido estivesse de volta e que pudessem sair para dançar e se divertir como faziam. Era uma vida feliz que se tornou uma triste dependência e agora se via abalada pelo ressentimento e pelo medo de não conseguir mais a felicidade. Em seus devaneios não percebeu a briga que ocorria do lado de fora de sua casa e tomou um susto ao ver um homem de roupa verde atravessando a parede da sala e aparecendo próximo de seu assustado Alex. Eleonora demorou para reagir e apontou o homem de verde com espanto. Tornado virou para mulher mostrando sua máscara de carnaval que protegia sua identidade.
-Quem é você? O que está fazendo aqui? -disse Eleonora.
-Eu sou o Tornado! Por favor, preciso que saia daqui... -disse o herói interrompido pelo aparecimento do vilão Raios Estáticos que o encarava ainda do lado de fora. Tornado foi lento para desviar de uma rajada de discos energéticos na cor violeta que o acertaram no peito o levando para área da cozinha. Eleonora soltou um grito e Alex chorou de medo. Raios Estáticos adentrou a residência pelo buraco que ele mesmo criou, puxou o cabelo de Alex enquanto este aumentava o volume de seus gritos e virou para mãe desesperada.
-Você é a mãe desse lixo?! Não seria melhor que eu eliminasse esse fardo para você?
Eleonora ficou paralisada pelas palavras do homem, pois era exatamente o que pensava um pouco antes de sua entrada. Não sabia o quão certo ou errado era deixar o homem matar seu filho e se isso a faria realmente feliz. Uma confusão de sentimentos e pensamentos povoaram a mente da mãe que começou a chorar com a terrível indecisão. Tornado levantando com dificuldade, tendo faíscas arroxeadas brotando de seu ombro e de uma perna disse:
-Raios Estáticos eu me rendo, mas não machuque o garoto!
-Por favor Tornado! Não está em condições de pedir ou exigir nada. E irei apenas fazer um favor a essa mulher. Não vê que o garoto é um lixo?! -disse Raios Estáticos mostrando um sorriso tenebroso. Tornado ergueu seu punho buscando concentrar o ar ao redor enquanto o vilão pronunciava suas maldições. Eleonora ajoelhou-se chorando e disse:
-Por favor moço!... Não mate meu menino! É tudo que eu tenho... É tudo que me sobrou... É minha única felicidade!
-Mesmo essa criatura sendo um lixo! É difícil entender a paixão que algumas pessoas tem pelos fracos. -disse Raios Estáticos erguendo Alex pelo pescoço o colocando frente a luz do lustre da sala. Tornado gritou:
-Punho do Vento!
Raios Estáticos foi atingido no peito por uma massa de ar carregada pelo Tornado e foi lançado de volta pelo buraco que abrira. Eleonora ergueu-se com a velocidade de um herói e abraçou Alex antes que ele caísse ao chão. Tornado aproximou-se da mãe e do filho e praticamente sussurrou:
-Bom trabalho! Continue cuidando de seu filho com esse mesmo amor que demonstrou.
Eleonora observou o herói tão alto em frente a luz do lustre quase parecia um anjo de verde e isso a fez lembrar do sorriso de seu marido, então abaixou a vista para notar que seu filho em seu torto sorriso lembrava o homem que sempre amou. Tornado tocou o ombro de Eleonora e voltou para rua para encarar o vilão.
-Belo golpe Tornado! Mas a luta ainda não acabou. -comentou Raios Estáticos limpando a sujeira acumulada na roupa. Tornado observou que o mendigo chamado Crosby e uma dona de casa chamada Dora estavam muito próximos do vilão e imaginou que eles poderiam ser pegos no fogo cruzado, por isso esperou Raios Estáticos se mover. O vilão pareceu perceber o plano do herói e continuou parado esperando um ataque, então virou-se rapidamente para ver que Charles Jones corria desesperado para uma esquina. Tornado sabia que o vilão estava ali apenas para punir Charles e essa chance voltou a surgir. Crosby puxou Dora para perto de si, pois Raios Estáticos passou como uma locomotiva pelos dois. Tornado lançou uma rajada de vento lateral da palma de sua mão direita, mas passou distante de Raios Estáticos. Com olhos miúdos e cheios de lágrimas, Eleonora observava a luta de dentro de casa e ainda abraçada a Alex.
-Não vai fugir seu verme! -gritou Raios Estáticos para Charles que ficou paralisado de medo. -É hora de morrer! Tome isto! -disse o vilão enviando uma onda de discos energéticos na cor violeta. Tornado apareceu à frente e criou uma massa de ar para colidir com o ataque do vilão o interrompendo no caminho. Raios Estáticos bufou de raiva enquanto via Charles Jones sorrir aliviado. Crosby e Dora respiraram fundo, mas se atemorizaram ao ver as faíscas que brotavam no ombro do herói. Tornado acabou ajoelhando com a dor. Raios Estáticos viu a guarda aberta e lançou outra onda de discos energéticos que acertaram todo o corpo do herói o jogando contra um muro ao longe depois de navegar pelos ares por alguns milésimos de segundo. Da parede danificada caíram dezenas de tijolos e massa de cimento sobre o herói que pareceu desmaiar com a força do ataque.
-Sua vez Charles Jones! Não fuja de mim! -disse Raios Estáticos caminhando lentamente para o paralisado bandido da família Patrick. Crosby deixou Dora e correu para averiguar se Tornado vivia. Eleonora observou a preocupação e o espanto nos olhos de Dora. Raios Estáticos apertou o punho, deixou a energia violeta crescer em seu braço e a levou para o punho, então gritou a plenos pulmões:
-Bombardeio Violeta!
Uma chuva de esferas roxas saíram dos punhos do vilão e voaram em direção de Charles Jones que cobria o rosto com a morte certa. Crosby parou no meio do caminho maravilhado pelas luzes do golpe. Dora levou as mãos a boca preocupada com o destino da batalha. Eleonora continuava a apertar Alex contra si, mas seus olhos observavam a luz violeta. Alex sem entender nada também estava maravilhado, até mais que Crosby pelo ataque do vilão. Tornado saiu dos escombros de entulhos do muro que destruiu parcialmente e lançou uma rajada de vento com as duas mãos espalmadas para frente e os braços esticados o máximo que pôde, então a brisa conseguiu apenas desviar o Bombardeio Violeta que atingiu o asfalto provocando uma explosão. Tornado ajoelhou enfraquecido, enquanto Raios Estáticos também cansado respirava com dificuldade. Dora aproximou-se de Crosby e o acordou de sua letargia. Eleonora observou que numa esquina se escondiam mais alguns curiosos interessados na batalha. Tornado ouviu sirenes de polícia ao longe e ergueu-se com um pensamento “Não posso me dar por vencido. É a chance que tenho de coloca-lo atrás das grades. Pagará por sua crueldade!”. Então observou Eleonora que praticamente não deixava Alex respirar de tanto amor e proteção.

Um comentário:

  1. Olá I.D.
    Bom, em primeiro lugar peço desculpas por demorar tanto, mas tive alguns problemas, básico do dia a dia, enfim.
    Você devia escrever um livro sabia?
    A cada capítulo eu fico mais envolvida, quantas histórias e vidas temos aqui reunidas? Muitas e é isso que faz do teus contos algo muito especial, que envolve, instiga, inspira, emociona...
    Nos coloca dentro dela.
    Bom, aguardo ansiosa pelo próximo capítulo.
    Bjos se cuida e tenha um lindo dia.

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